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exportação de energia
Energia compartilhada pode reduzir conta de luz.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

Comprar energia elétrica por meio de uma cooperativa pode baratear em até 20% a conta de luz. O benefício, que no médio prazo pode chegar ao consumidor residencial, já atende empresas de pequeno e médio porte, especialmente do setor de comércio e serviços. São os consumidores de baixa tensão que estão aderindo à energia compartilhada.

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"Para quem tem uma conta de luz a partir de R$ 1 mil/mês já é possível aderir”, informa Roberto Corrêa, diretor da Cooperativa de Geração Compartilhada de Energia Elétrica (Cogecom), vinculada ao Sistema Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Ele diz que é a alternativa para quem não tem condições de gerar sua própria energia, mas quer ter acesso à energia mais barata.

“A cooperativa faz a gestão de usinas geradoras por meio de contratos de arrendamento e disponibiliza na rede. Essa energia retorna na forma de crédito para seus cooperados que, por sua vez, conseguem um bom desconto na conta”, explica Corrêa.

Fundada em 2017, com sede em Curitiba, a Cogecom tem 12 mil cooperados em sete estados brasileiros. São hotéis, restaurantes, panificadoras, farmácias, postos de combustíveis, pequenos mercados, lojas, entre outros. A cooperativa deve fechar o primeiro semestre desse ano com um crescimento de 130% em relação ao mesmo período do ano passado.

Um mês ao ano de graça, aponta posto de combustível

Sócio-proprietário da Rede Salvaro, de postos de combustíveis multibandeira, com 22 lojas em seis cidades do Paraná, Gelerson Tadeu Vendramin aderiu à cooperativa em 2019. “No começo eu resisti a entrar porque não acreditei. Vieram aqui me oferecer para pagar menos pela conta de luz sem cobrar nada em troca. Parecia irreal”, diz. Ele conta que a cooperativa não cobra taxa de adesão e nem mensalidade. Decidiu aderir e viu, de fato, sua conta de luz ficar menor a partir da energia compartilhada.

“O desconto varia, dependendo da bandeira tarifária, das condições climáticas, mas a conta fica entre 7% e 20% menor. É como se, ao longo do ano, um mês o consumo saísse de graça. Consumo 12 meses, mas acabo pagando o correspondente a 11”, exemplifica.

Na modalidade autoconsumo, economia é ainda maior

A rede de eletrodomésticos paranaense Lojas MM, com sede em Ponta Grossa, é cooperada da Cogecom há dois anos e meio e, desde então, vem tendo uma redução em torno de 15% na conta de luz. A experiência deu tão certo que a empresa decidiu dar um passo além e participar de um projeto-piloto na modalidade "autoconsumo" a partir de uma nova hidrelétrica,  Três Pedras, no município de Prudentópolis, que entrou para o portfólio da Cogecom há nove meses.

“Na modalidade de autoconsumo, a economia é ainda maior, variando de 25% a 30%”, conta Angélica Albino dos Santos, assessora executiva da Lojas MM. Ela explica que nesse modelo a usina fornece energia com exclusividade para a Lojas MM e, desta forma, a empresa se beneficia da isenção do ICMS voltada à autogeração.

Segundo ela, 60% de toda a energia que a empresa consome hoje no Paraná, onde estão 153 das 200 lojas da rede, vêm da cooperativa, 5% são provenientes de usinas solares próprias e 35% correspondem ao atendimento da concessionária estadual, a Copel. A rede de eletrodomésticos atua também em Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Das 32 lojas instaladas em Santa Catarina, 21 são atendidas pela Cogecom.

A Lojas MM acaba de anunciar um investimento de R$ 8 milhões em energia solar para atender a meta estabelecida em projeto de governança de ter 100% de energia limpa até 2028. “A intenção é investir para reduzir custos da empresa com energia e também para não sobrecarregar o operador nacional que, em caso de crise hídrica como a que vivemos recentemente, acaba tendo que recorrer a usinas térmicas que não têm fontes renováveis”, observa o vice-presidente Márcio Pauliki.

Quando a energia compartilhada vai chegar ao consumidor residencial?

A economia na conta de luz é o anseio de toda a população e, da mesma forma que a cooperativa de energia tem beneficiado as empresas, a previsão é que o benefício chegue ao consumidor residencial em pouco tempo. “Minas Gerais foi o estado precursor. O governo isentou em 100% projetos de geração própria de energia até 5 MW (no Paraná é limitado a 1 MW e está em fase final de isenção, expirando o benefício em julho próximo). Com isso, Minas tem muita oferta de energia e já está baixando esta régua, atendendo também consumidores residenciais”, conta Roberto Corrêa, diretor da Cogecom.

Ele acredita que em dois anos a população do Paraná também possa se beneficiar. “Hoje empresas de telefonia têm olhado a energia como um quarto produto em seu portfólio. Elas passariam a fornecer num único pacote telefonia, TV a cabo, internet e energia. É o que vai acontecer”, diz Corrêa.

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