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Greve na rede municipal de educação
Haverá concentração dos docentes na Praça 19 de Dezembro no dia 8 de agosto| Foto: Cesar Brustolin/SMCS

Cerca de 100 mil alunos das escolas que integram a rede municipal de educação de Curitiba podem ser impactados pela greve dos professores, que tem início nesta terça-feira (8). A principal cobrança do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) é a falta de um plano de carreira. A greve é por tempo indeterminado, segundo o sindicato da categoria.

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A paralisação é organizada somente pelos docentes da rede municipal de Curitiba (RME). Os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) não serão atingidos pela greve. Apesar disso, há professores que atuam na RME e nos CMEI. Esses profissionais poderão participar da paralisação, mas, mesmo assim, a greve não afetará as aulas nas creches.

O Sismmac informou à reportagem da Gazeta do Povo que é responsabilidade das escolas municipais comunicar os pais sobre a ausência de aula, pois parte dos docentes pode optar por não aderir a greve e trabalhar normalmente.

Para esta terça, o movimento pretende se concentrar a partir das 9h na Praça 19 de Dezembro, também conhecida como Praça do Homem Nu, no centro da capital paranaense, e depois seguir a caminho da sede da Prefeitura de Curitiba.

Segundo a professora que atua na direção do Sismmac, Jokasta Ferraz, a principal motivação da greve é a falta de um plano de carreira. “Estamos há sete anos sem um plano de carreira. Quando a gestão (do prefeito Rafael) Greca começou, foi aprovado um pacotaço que suspendeu os planos de carreira dos servidores públicos. Com isso, estamos há sete anos sem nenhum crescimento, sem valorização por titulação e por cursos”, disse.

Ela reconhece, entretanto, que o setor teve alguns avanços. Porém, o Sismmac ainda questiona a proposta feita pela administração municipal. O projeto apresentado pela prefeitura prevê o ganho de 15% quando houver crescimento vertical, que seria o aumento do salário por titulação, mestrado ou doutorado. A reclamação do sindicato da categoria é que serão beneficiados até 5% do quadro de servidores de cada cargo que estejam na parte permanente (há um limite de vagas, baseado em critérios técnicos). Já no crescimento horizontal, forma de aumentar o salário por cursos, a proposta prevê 2,8%, destinado a 20% do quadro nos anos pares.

“Isso é muito ruim. Nesses sete anos sem avanço na carreira, estimamos que entre 2 mil e 3 mil professores têm especialização, pagaram do seu próprio bolso, e vão ficar de fora. Esse crescimento por titulação é 15%, mas querem liberar para 5%. Isso não incentiva as professoras a buscar conhecimento. Não teremos novas professoras querendo entrar no setor público”, destacou Jokasta

A docente comentou que a carência de uma carreira faz os profissionais começarem a buscar outros municípios próximos para trabalhar. “Uma professora sem perspectiva de crescimento pode não permanecer no setor público, gerando um problema na educação: não permanecendo ou buscando outros municípios, como São José dos Pinhais”, avaliou.

De acordo com o sindicato, o foco da greve é por um crescimento para todos os professores no plano de carreira. “Um  crescimento horizontal de 2,8% para todas as professoras e o vertical para todas as professoras que têm especialização, mestrado ou doutorado. Isso precisa ser valorizado".

Procedimentos de carreira dos servidores estão suspensos até 30 de agosto 

O Sismmac disse à Gazeta do Povo que a Prefeitura de Curitiba foi informada da greve no mês passado, via ofício. Questionada sobre o assunto, a Secretaria Municipal de Educação afirmou, em nota, que antes de serem enviados os seis projetos de lei do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração à Câmara Municipal de Curitiba, foram realizadas reuniões com representantes dos sindicatos dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc), dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) e dos Servidores da Guarda Municipal (Sigmuc).

“A partir desses encontros foram definidos ajustes nos projetos que foram encaminhados ao Legislativo. As alterações levaram em conta o zelo necessário do ponto de vista econômico e financeiro do Município”, segundo a nota.

A Secretaria de Educação também informou que os procedimentos de carreira dos servidores municipais de todas as carreiras estão suspensos até 30 de agosto. “A suspensão foi feita em 2017 pela primeira vez quando não havia recursos suficientes para o pagamento dos avanços nas carreiras dos servidores municipais. A partir do ano seguinte, foram iniciados estudos da legislação vigente”, em nota.  A Secretaria não se manifestou sobre a greve.

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