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Nunca houve registros de influenza aviária no Brasil, reforçou a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).
Nunca houve registros de influenza aviária no Brasil, reforçou a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).| Foto: Divulgação/Adapar

Maior polo de abate de aves e líder na produção desta proteína no país, o Paraná reforçou o alerta para que produtores e profissionais do setor redobrem a atenção em relação às medidas de biossegurança e prevenção à influenza aviária no Estado. A preocupação aumentou após notificações recentes da doença em países vizinhos, como Colômbia, Peru, Equador e Venezuela.

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No alerta mais recente emitido pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), o órgão reforça que o Brasil é livre de influenza aviária. “Nunca houve, e não há o registro da doença aqui. Entretanto, há um quadro sensível de influenza aviária de alta patogenicidade no território sul-americano, desencadeado desde o fim de outubro [de 2022]”, confirma o alerta.

Com mais de 70 países atingidos, a epidemia desenvolveu características intercontinentais e já foi responsável pelo chamado sacrifício sanitário de quase 140 milhões de frangos ao redor do mundo durante o ano de 2022. O número é maior do que o acumulado nos últimos cinco anos.

Risco de contágio aumenta durante período de migração das aves

A influenza aviária é praticamente inofensiva aos seres humanos, mas é letal para as aves, tanto entre as espécies silvestres quanto entre as comerciais, como perus, gansos, patos, galinhas e frangos. Uma das principais formas de transmissão do vírus causador da doença, alerta a Adapar, é aquela feita de ave para ave de forma direta, seja por meio de secreções do sistema respiratório e digestivo. E o risco de ocorrência desta contaminação aumenta durante o período de migração das aves para o hemisfério Sul, que se inicia por volta de novembro e segue até meados de abril.

Cursos e treinamentos teóricos e práticos vêm sendo ofertados a técnicos e fiscais da Adapar como forma de melhorar a capacitação do trabalho voltado à sanidade avícola do Paraná. Os produtores precisam estar atentos quanto à desinfecção de veículos na entrada e saída das granjas, restrição de acesso de pessoas estranhas ao estabelecimento, impedir contato de aves de vida livre às aves da granja, uso de roupas exclusivas para manejo da granja e registros sanitários em dia. “Essa atualização constante se faz necessária para preparação do nosso corpo técnico”, explicou o diretor-presidente da Adapar, Otamir Martins.

Casos suspeitos de influenza aviária precisam ser notificados imediatamente

As ações vêm sendo intensificadas desde o segundo semestre de 2022, com treinamentos de fiscais e assistentes de fiscalização da Gerência de Saúde Animal da agência. Todos os servidores dessas áreas foram atualizados sobre programas sanitários e capacitados para notificar casos suspeitos da influenza aviária.

“A notificação imediata de sinais de doença nas aves é de fundamental importância para que o diagnóstico e as ações de contenção sejam rápidas, e, em caso de detecção do agente, que haja o menor prejuízo possível”, lembrou o gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias.

Sinais respiratórios, nervosos e digestivos, bem como aumento súbito na mortalidade nas granjas devem ser notificados imediatamente junto à Adapar. Essa notificação deve ser feita de forma eletrônica ou pessoalmente em uma das 130 Unidades Locais de Sanidade Agropecuária (Ulsa) espalhadas pelo Estado.

Paraná lidera produção de frangos no Brasil

Dados do IBGE mostram que, no terceiro trimestre de 2022, foram abatidos cerca de 1,6 bilhão de frangos no Paraná. Com isso, a produção paranaense chegou a 3,8 milhões de toneladas de carne no período. São 21 milhões de frangos a mais abatidos e 155 mil toneladas acima do que o registrado no mesmo período do ano anterior. No Brasil, o abate de frango chegou a 4,6 bilhões de cabeças no período, com a produção de 11,1 milhões de toneladas.

Prejuízos expressivos provocados pela influenza aviária

Os prejuízos causados pela influenza aviária nos países onde foram registrados focos da doença são expressivos. No Equador, o vírus chegou em novembro a uma granja de galinhas poedeiras e 50 mil, das 180 mil aves, morreram em 48h. As restantes foram sacrificadas. Mais de 5 mil pelicanos morreram nas praias do Peru e carcaças de aves infectadas apareceram também na Venezuela, Colômbia e Chile.

Nos Estados Unidos, a epidemia atual causou a morte de 40 milhões de galinhas poedeiras. Com o avanço do sistema de criação livre de gaiolas, essas aves acabam ficando mais expostas ao contato com o vírus do que os frangos de granjas fechadas. No mercado americano, o vírus já impactou o preço dos ovos, que alcançaram valor recorde de US$ 5,36 a dúzia (quase R$ 28,00), pressionados também pelos custos de ração e mão de obra. No surto de gripe aviária de 2015, os casos diminuíram naturalmente no mês de junho. Desta vez, no entanto, o vírus não tem ido embora, causando preocupação de impactos econômicos ainda mais acentuados.

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