O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou nesta quinta-feira (15) o complexo industrial Ayrton Senna, da montadora Renault, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Na ocasião foi assinada a ordem de serviço para obras na rodovia BR-487, no trecho conhecido como "Estada da Boiadeira", no oeste do Paraná. O valor a ser investido na pavimentação dos pouco mais de 37 quilômetros do lote 2 da rodovia passa dos R$ 322 milhões.
Mais cedo, o presidente esteve em Araucária, também na Região Metropolitana de Curitiba. Ele participou de uma cerimônia de reativação da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S/A (Ansa), unidade da Petrobras que era deficitária e está inoperante há quatro anos. Lula também anunciou investimentos na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), ao lado da Ansa.
Ministro dos Transportes anuncia investimentos de meio bilhão no Paraná para 2024
Após assinar a ordem de serviço para a pavimentação da rodovia, o ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou o volume de investimentos que vem sendo feito por Lula no Paraná. Se acordo com o ministro, “em 2022 o governo anterior aplicou R$ 200 milhões, apenas, para toda a malha rodoviária”. Ainda de acordo com Renan Filho, em 2023 este valor subiu para mais de meio bilhão de reais.
“Neste ano [de 2024] vamos aplicar mais de R$ 500 milhões novamente”, ressaltou o ministro, citando as novas concessões de rodovias no estado como geradora “do maior investimento para o desenvolvimento rodoviário da história do Paraná”.
Renan Filho ainda citou outras obras que receberam recursos federais no Paraná, como a segunda ponte entre o Brasil e o Paraguai, em Foz do Iguaçu. A estrutura está pronta desde dezembro de 2022, mas segue fechada para o trânsito pela falta dos acessos – sem esses acessos, é impossível chegar até a ponte.
A Estrada da Boiadeira tem início no sul do Mato Grosso do Sul e cruza o Paraná na diagonal, até chegar à BR-373, na região de Ponta Grossa. Com a pavimentação, a rodovia trará uma redução de 80 km no trajeto entre Naviraí (MS) e Paranaguá (PR).
Lula volta a falar sobre "povo comer picanha"
Último a falar no evento, Lula agradeceu o convite para visitar a fábrica e se disse esperançoso com o futuro do país. Ele voltou a dizer que “o povo vai comer picanha de novo neste país”. “A picanha era uma coisa que nem passava perto da mesa de vocês em dia de churrasco. Agora está voltando, e nós vamos baratear ainda mais”, disse.
Em seu discurso, o presidente relembrou o tempo em que trabalhou como metalúrgico e homenageou duas funcionárias da Renault em São José dos Pinhais, uma com 25 anos de casa e outra contratada há apenas um mês. Depois da homenagem, Lula disse que não queria voltar a ser “peão de fábrica”.
“Ninguém é peão porque quer. A gente, se pudesse, seria outra coisa. A gente só é peão porque é o que a gente conseguiu, é a oportunidade que nos deram”, disse o presidente, para depois seguir em sua fala com destaques a programas voltados para a Educação, como o “Pé de Meia”.
Presidente que comandou greve na Renault cobra Lula por imposto sobre PLR
Durante a cerimônia, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka, cobrou o presidente Lula pelo fim da cobrança de imposto de renda sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). O sindicato comandou uma greve que paralisou as atividades na fábrica da Renault no início do ano após divergências sobre o pagamento do PLR aos trabalhadores da montadora.
Em resposta, Lula disse que é a “primeira vez na vida que este país tem um presidente que tem compromisso de fazer com o que é salário não seja tratado como renda”. Frustrando, porém, as expectativas do presidente do sindicato, o presidente afirmou ter um compromisso com o fim desta cobrança, mas que “ainda está esperando a oportunidade para que a gente possa dar o bote e aprovar o fim do Imposto de Renda sobre o PLR”.
“Muitas vezes a gente só consegue aprovar aquilo que a gente quer se tiver uma maioria de pessoas comprometida conosco nessa ideia. Eu ganhei as eleições, mas o meu partido tem apenas 70 deputados em 513. Se juntar todos os partidos de esquerda dá 120 deputados. Eu tenho nove senadores em 81. Então não é fácil aprovar as coisas que a gente quer que sejam aprovadas”, completou.
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