| Foto: José Adair Gomercindo/SECS

Novas regras para circulação de animais vacinados contra a febre aftosa passam a vigorar no Paraná a partir da próxima segunda-feira (6). As mudanças obedecem à Instrução Normativa 37, da Secretaria de Defesa Agropecuária, órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A determinação é mais uma etapa para que o Paraná obtenha declaração internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação.

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A partir da próxima semana, estão proibidos o ingresso e a incorporação de animais vacinados contra aftosa em todo Paraná. Apenas poderão entrar no estado bois e búfalos vacinados que estão destinados ao abate. Os animais, no entanto, precisam ser transportados em veículo lacrado e ter como destino o abatedouro, que deve contar com inspeção oficial.

Em caso de carne para exportação, os bois e búfalos devem ser direcionados para o estabelecimento de pré-embarque que é autorizado pelo Serviço Veterinário Oficial. Já os animais que vão apenas passar pelo Paraná, ou seja, com destino a outros estados, devem ser transportados por rotas previamente estabelecidas também pelo Serviço Veterinário Oficial.

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Pelas regras, estão autorizadas a entrar no Paraná cargas compostas por carne fresca, miúdos in natura, vísceras e produtos cárneos de suínos e ruminantes, com exceção daqueles obtidos da região da cabeça, incluindo faringe, língua e linfonodos. Também há permissão de entrada para leite cru destinado ao beneficiamento de indústria integrante do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi), couro salgado, couro piquelado ou curtido, cascos, chifres, pelos e também material genético.

Sem vacinação

Em outubro do ano passado (2019), o Governo Federal oficializou o fim da vacinação contra a febre aftosa no rebanho bovino no Paraná. Com isso, o estado antecipou o cronograma de extinção da vacina em dois anos. Ante disso, apenas Santa Catarina era livre de vacinação.

A medida foi comemorada pela Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) e por grande parte dos produtores rurais. Isso porque, agora, o estado pode disputar mercados internacionais mais exigentes (como Japão e Coreia do Sul), que não importam proteína animal de regiões que ainda têm imunização contra febre aftosa por considerar um fator de risco ao produto. Segundo a Seab, 65% dos mercados estrangeiros de carne suína estão inacessíveis para a produção paranaense, devido à exigência.

Além disso, o fim da vacinação também representa mais economia aos produtores, que precisavam investir cerca de R$ 35 milhões por ano em vacinas e serviços relacionados à imunização. O Brasil não registra foco de febre aftosa desde 2006.

Alguns pecuaristas, no entanto, não ficaram contentes com a medida. São, especialmente, os da região Norte do estado, que realizam leilões, rodeios e exposições. Como está proibida a circulação de gado, esses eventos podem sofrer prejuízo. Além deles, produtores que compram bezerros para engordar no Paraná também foram contra a antecipação do fim da vacina.

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Em contrapartida às críticas, a Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep) afirma que, com a possibilidade de exportar para mais mercados, produtores poderão lucrar de 20 a 25% a mais e em dólar.