Dois policiais rodoviários estaduais de Francisco Beltrão, no Sudoeste do estado, e um de São Jorge do Ivaí, no Noroeste, foram presos nesta quinta-feira (29) durante uma operação do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR). Eles são suspeitos de exigir propina de motoristas nas rodovias para não aplicarem multas. A investigação apura prática dos crimes de concussão (cobrar valores ilegais no exercício da função) e associação criminosa.
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A investigação que levou à operação surgiu a partir de denúncias de motoristas que foram abordados pelos policiais e acabaram pagando propina a eles - ou foram indevidamente multados por se recusarem “a contribuir”. “Durante a abordagem de trânsito nas rodovias, esses policiais falavam: ‘Olha, você está com o farol muito baixo’ e pediam dinheiro para não darem a multa ao motorista”, explica o coordenador do Núcleo de Francisco Beltrão do Gaeco, Roberto Tonon Jr.
Conforme ele, os valores pagos variavam de acordo com o que o motorista pudesse pagar naquele momento, mas há registro de usuários das rodovias que foram até a cidade para buscar dinheiro para entregar aos policiais e voltaram ao posto policial para fazer o pagamento.
Tonon Jr. explica ainda que o funcionamento do esquema é semelhante ao de outro, descoberto em 2018, que levou 15 policiais rodoviários estaduais à prisão. Naquele caso, foi descoberto que parte da propina foi paga em pizza. Contudo, o coordenador do Gaeco afirma que a única relação entre os casos é que um dos presos na operação desta quinta-feira teria substituído um policial afastado em decorrência da investigação do ano passado.
A operação incluiu também o cumprimento de mandados de busca e apreensão nas residências dos policiais investigados e no posto da polícia rodoviária estadual em Francisco Beltrão. Foram apreendidos documentos, munições e cerca de R$ 3.500 - R$ 2 mil dos quais estavam na casa de um dos alvos, dentro do colete de trabalho dele. Dois dos policiais também tiveram prisão em flagrante decretada por porte ilegal de munição.
O Gaeco pede para que outras pessoas que tenham sido vítimas de situações como essa se apresentem para denunciá-las.
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