O Paraná não deve ter grandes alterações nas áreas de plantio de arroz, mesmo depois de uma valorização recorde que colocou o grão novamente na mira de produtores. Após a commodity ter alcançado preço recorde de saca (vendida a mais de R$ 100), movimento causado pela combinação de câmbio favorável para a exportação e alta no consumo doméstico interno, alguns estados já flertam com um aumento na área dedicada à cultura. O que não deve ocorrer no Paraná, que há algumas décadas relegou o grão a segundo plano.
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Tradicional produtor de outros grãos (especialmente soja e milho) e fortíssimo na agroindústria de proteína animal (avícola e suína, sobretudo), o estado curiosamente não é expressivo no alimento mais básico da cozinha brasileira. Como explica o economista Methodio Groxko, do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), as áreas de plantio de arroz em solo paranaense foram desaparecendo na mesma medida em que as lavouras de café cederam espaço ao plantio de soja.
O grande motivo é a peculiaridade do cultivo. Existem dois plantios do grão: o irrigado e o de sequeiro. O primeiro deles usa áreas de várzeas para a plantação. A lâmina de água favorece o desenvolvimento do alimento. O segundo, como sugere o nome, é feito em terras mais altas e secas. “O arroz irrigado produz muito mais do que o sequeiro, que está muito exposto à quebra por estiagem”, explica Groxko.
Historicamente, no entanto, o Paraná nunca foi forte em áreas irrigadas e, por isso, aproveitava a entressafra do café para plantar o segundo tipo, o arroz de sequeiro. Na segunda metade do século passado, os cafeicultures passaram a trocar de cultura atrás de mais rentabilidade e liquidez. As lavouras de café que dominavam a região Norte e Noroeste do Paraná cederam espaço ao milho e à soja. Consequentemente, o arroz também ficou para trás.
Algumas poucas áreas no estado, que optaram pelo modelo de plantio irrigado, seguem produzindo o grão. Mas, hoje, diz o economista, os menos de 20 mil hectares de plantações no Paraná não são suficientes para abastecer sequer um terço de nosso consumo (são cerca de 140 mil toneladas/ano). Para comparar, a soja ocupa cerca de 5,5 milhões de hectares.
E de onde vem o restante do arroz consumido pelos paranaenses? Justamente dos vizinhos de região, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Com muito mais hectares de várzeas, os gaúchos produzem uma média de 70% das 12 milhões de toneladas colhidas no Brasil (em condições normais, como destaca o economista do Deral).
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