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No Colégio Estadual Princesa Isabel, em Cerro Azul, mais de 500 estudantes foram autorizados pelos pais a retornar à sala de aula
No Colégio Estadual Princesa Isabel, em Cerro Azul, mais de 500 estudantes foram autorizados pelos pais a retornar à sala de aula| Foto: Divulgação/Seed

Interrompidas desde março de 2020 devido à pandemia de Covid-19, as aulas presenciais foram retomadas nesta segunda-feira (10) na rede estadual de ensino do Paraná. Duzentos colégios estaduais, o que corresponde a cerca de 10% do número de escolas administradas pelo governo do estado, estão voltando em 68 municípios, com modelo híbrido de ensino, com parte dos alunos em sala de aula e parte permanecendo em ensino remoto.

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Não houve retorno em escolas estaduais nas quatro maiores cidades paranaenses, Curitiba, Londrina, Maringá e Ponta Grossa. O maior município em que ocorreu a volta às aulas presenciais foi Cascavel, quinta maior cidade do estado, onde 16 escolas retornam nesta primeira fase.

Nos três núcleos regionais de educação (NREs) da região de Curitiba (Área Metropolitana Norte, Curitiba e Área Metropolitana Sul), houve retorno presencial em apenas duas escolas estaduais de Cerro Azul, Princesa Isabel e Augusto da Paixão, que integram o NRE da Área Metropolitana Norte.

Pela manhã, o secretário de Educação, Renato Feder, acompanhou a volta no Colégio Estadual Princesa Isabel, onde estão matriculados 1.460 alunos de ensino fundamental 2 e ensino médio. Mais de 500 estudantes já foram autorizados pelos pais a retornarem à sala de aula, e o diretor Jonival Desplanches acredita que o número vai aumentar nos próximos dias.

“Mais pais estão procurando a escola porque estão vendo que o retorno está sendo feito com cuidado”, argumentou Desplanches, que apontou que no retorno está sendo dada prioridade a estudantes que não têm condições de acompanhar aulas on-line.

Foi estabelecido um limite de ocupação, para que cada aluno tenha à disposição um espaço de no mínimo 1,5 m² em sala de aula. Como o tamanho das salas varia, esse limite também muda – em casos em que for extrapolado, será adotado um rodízio entre os estudantes para aulas presenciais e remotas.

Desplanches destacou que foi adotada uma série de protocolos de segurança para o retorno, como acompanhamento da Vigilância Sanitária de casos de Covid-19 em localidades onde moram estudantes matriculados no Princesa Isabel, aferição de temperatura, marcações dentro e fora da escola, orientações e disponibilização de álcool em gel. “Estamos demonstrando que é possível o retorno, desde que haja organização”, disse o diretor.

Segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seed), 121.242 estudantes estão matriculados nos 200 colégios que retomaram as atividades presenciais nesta segunda. A pasta não informou quantos alunos já voltaram às salas de aula – parte permaneceu no ensino remoto e em algumas escolas estava previsto o retorno da educação de jovens e adultos (EJA), que tem aulas à noite. A secretaria apontou que a média de adesão tem ficado entre 65% e 70%, o que representa o porcentual de pais ou responsáveis que apresentaram termo de autorização para os filhos voltarem a frequentar a escola.

A rede estadual de ensino tem mais de 1 milhão de alunos. A previsão é de que mais escolas retornem nas próximas semanas. “As escolas estão totalmente preparadas para o retorno. O fato de a gente estar começando com aproximadamente 10% das escolas é porque a gente quer justamente ver com calma, observar os protocolos de saúde, observar como vai acontecer esse retorno, a segurança, e aí a gente vai ampliando o retorno gradativamente até chegar em 100% da rede”, declarou Feder.

A Seed apontou que, paralelamente ao retorno, educadores serão vacinados contra a Covid-19 e que três critérios estão sendo usados para escolher os colégios que devem ter prioridade para a volta das atividades presenciais: acompanhamento das cidades onde houve retorno das redes municipais de ensino e do transporte escolar; instituições de ensino onde há alunos em situação de vulnerabilidade e sem acesso a equipamentos digitais para realizar as atividades remotas; e análise de colégios com maior número de professores fora do grupo de risco para a Covid-19.

Em Castro, dificuldade de longas distâncias e transporte escolar

No Colégio Estadual Santos Dumont, em Cascavel, pouco mais de cem dos cerca de 580 alunos de ensino fundamental 2  e ensino médio matriculados retornaram para as aulas presenciais e atividades do programa Sala de Recursos (extracurricular) nesta segunda-feira. A escola integra o grupo de escolas da rede estadual de ensino que adotou o modelo cívico-militar.

“Estamos seguindo todos os protocolos. É uma nova rotina, queremos garantir um retorno com segurança. Tudo será feito gradualmente, vamos aumentar (o número de estudantes em aulas presenciais) conforme a demanda. Em questões como o intervalo, por exemplo, em que os alunos precisam continuar sendo monitorados, vamos acompanhar para ver qual será a resposta deles”, explicou a diretora-geral Lucimara Fernandes Cikotski.

Na Escola Estadual Jardim das Araucárias, em Castro (Campos Gerais), onde há cerca de 450 alunos de ensino fundamental 2 matriculados, apenas 20 apareceram nesta segunda-feira. Segundo a diretora Regina Meira, um fator decisivo é que o transporte escolar só será retomado na próxima segunda (17), e o colégio tem muitos estudantes que moram em localidades distantes.

“Estávamos com nove lugares disponíveis por sala, e vieram três (alunos), em média”, detalhou Meira. “Acho que outra explicação é que toda hora estamos ouvindo falar de famílias em isolamento (por confirmação ou suspeita de caso de Covid-19). Mas espero que aumente a procura ainda esta semana devido ao boca a boca, os outros alunos vendo que os colegas estão voltando.”

A diretora lembrou, entretanto, que o retorno também depende da vacinação dos educadores. “Tenho oito turmas cujos professores têm comorbidades e não podem voltar neste momento”, justificou.

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