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Amostras para testes de coronavírus.
Testes de coronavírus.| Foto: Gil Cohen-Magen/AFP

Atualização da projeção da plataforma de ciências de dados em saúde "Funcional Health Tech" prevê o pico da pandemia de Covid-19 no Paraná para o dia 24 de agosto. O estado seria, assim, ao lado de Santa Catarina, o último a atingir o pico entre os 27 entes federados do Brasil e, por consequência, o último a se livrar da pandemia causada pelo novo coronavírus. O adiamento do pico traz insegurança quanto à duração das medidas de isolamento social e quanto ao impacto econômico das medidas de prevenção, mas é, segundo as autoridades em saúde, a melhor forma de se enfrentar uma epidemia causada por um vírus contra o qual não há vacina e nem medicação com eficácia comprovada.

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“O adiamento do pico significa o achatamento da curva, indica que o estado teve tempo para se preparar para adequar as estruturas de saúde para atender à nova demanda. O pico mais tardio também tende a ser com um menor número de casos ativos simultâneos, fundamental para que o sistema de saúde não entre em colapso”, cita a diretora executiva da Funcional Health, Raquel Marimon.

Segundo as projeções da empresa de inteligência de dados, o Paraná atingiria seu pico com 66,7 mil casos ativos na última semana de agosto, o que corresponde a 0,6% da população. Somente Tocantins (0,4%), Bahia e Santa Catarina (ambas com 0,5%) teriam pico proporcionalmente menor. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, o pico, previsto para 15 de agosto, indica que, no momento, haverá 2,3% da população com o vírus ativo; em Alagoas, 1,4%, com pico previsto para o próximo dia 17 de julho.

Além disso, a projeção da Funcional Health é que o estado chegue, ao final da pandemia, a 334 mil casos confirmados (quase 10 vezes mais que os cerca de 34 mil atuais) e, segundo a empresa, 2,34 milhões de paranaenses infectados pelo vírus, acrescentando os casos leves e assintomáticos que não foram ou serão submetidos ao teste diagnóstico. “É uma curva epidemiológica a partir de um modelo matemático e com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais. Consideramos, na metodologia, os estudos internacionais que indicam que a cada caso diagnosticado há a estimativa de sete pessoas infectadas na população”, explica Marimon.

Mesmo com a estimativa de que mais de 2 milhões de paranaenses acabem tendo contato com o vírus em algum momento, o estudo também indica vantagem do Paraná em relação ao restante do país. As projeções indicam que 20% da população paranaense acabará contraindo o vírus. Só Tocantins (16%) e Santa Catarina (19%) têm projeções menores. No Mato Grosso do Sul, o vírus seria contraído por 39% dos habitantes e em Alagoas, 31%, por exemplo. Mas a diretora da empresa de dados salienta a piora nos números do Paraná no último mês. “Numa projeção com base nos dados disponíveis até 29 de maio, tínhamos o indicativo de que 9.8% da população do Paraná teria contato com o vírus, enquanto a média nacional seria de 24,6%. Essa mudança na estimativa reflete a redução na tolerância ao distanciamento e o aumento exponencial dos casos no último mês”, cita.

Essa redução na tolerância ao distanciamento é, para Marimon, o maior risco do isolamento antecipado e prolongado a que o Paraná vem se submetendo. “O estado decretou cedo as primeiras medidas de isolamento, e o vírus chegou com força mais tarde, bem depois de outras regiões. Talvez, no começo, pudesse ter sido adotada outra estratégia, incentivando o uso de máscara, restringindo as aglomerações, para deixar as medidas mais duras um pouco mais para frente. Mas, quando as medidas foram tomadas, não se tinha conhecimento, não se tinha informação para tomar uma decisão melhor do que a que foi tomada. O adiamento do pico serviu para o estado estruturar sua rede de atendimento que, até agora, tem dado conta”, concluiu.

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