O governo do Paraná não pretende abrir hospitais de campanha para o tratamento de pacientes com coronavírus, pelo menos por ora. A ideia para enfrentar a pandemia é ampliar a oferta de leitos com a estrutura já existente e antecipar a inauguração de hospitais que só funcionariam no final de 2020. Em Curitiba, a estratégia é parecida, mas existe outro planejamento caso a situação piore. Na última terça-feira(14), os números do estado registravam 803 casos e 39 mortes em decorrência da Covid-19. Projeção é que o pico da doença em território paranaense seja nas próximas semanas e atinja 10 mil pessoas.
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De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o governo não avalia abrir hospitais de campanha, por considerar que o Paraná possui uma estrutura suficiente de atendimento hospitalar.
“Existem três hospitais cuja previsão de abertura seria em dezembro e o governo vai antecipar a abertura de parte da estrutura para o atendimento de pacientes exclusivos de coronavírus, nos municípios de Telêmaco Borba, Guarapuava e Ivaiporã”, disse a Sesa por meio da assessoria de comunicação.
No caso de Telêmaco Borba, está sendo feita a instalação de dez leitos de UTI e 40 de enfermaria na preparação do Hospital Regional, que atenderá exclusivamente, no momento, os pacientes infectados pela Covid-19 na região. A unidade deve estar em funcionamento em poucas semanas.
Além disso, o Governo do Estado anunciou que haverá ampliação da oferta de leitos de UTI e enfermaria nos hospitais universitários (HU's) de Maringá, Londrina, Ponta Grossa e Cascavel. A suspensão das cirurgias eletivas também fez com que houvesse ampliação da oferta de leitos. Portanto, a estimativa é que a atual estrutura dê conta da demanda.
"A previsão é de um aumento, caso seja necessário, de pelo menos mais 1.800 leitos de UTI e quase 3.500 de enfermaria, adicionais, portanto, quase o dobro da estrutura hoje existente", explicou a Sesa à reportagem, por meio da assessoria de comunicação.
Em Londrina, 120 leitos foram instalados na maternidade do HU destinados aos casos de coronavírus.
O Secretário de Saúde do Estado, Beto Preto, em sessão plenária no final de março, destacou que a projeção é que o Paraná possa registrar 10 mil casos de Covid-19 no pico da epidemia, mas que o estado está preparado para atendimentos até se o número chegar a 30 mil. A expectativa é que o pico de casos da doença ocorra entre o fim de abril e o começo de maio no estado, de acordo com Beto Preto.
Municípios
Apesar de não planejar hospitais de campanha para este momento, o governo garantiu autonomia aos municípios para criarem hospitais de campanha caso achem necessário, como foi o caso de Cascavel. Um hospital de campanha para o combate à Covid-19 foi montado no Centro de Convenções do município e está funcionando desde o início de abril. São 59 leitos: 44 para casos de média complexidade, e 15 para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para pacientes em estado grave. Cascavel registra 60 casos e duas mortes.
No caso de Londrina, há também um projeto do município para a construção de um novo hospital de campanha, que será executado somente se houver o aumento considerável de casos e sobrecarga nos hospitais. Com custo previsto de R$ 17 milhões, a estrutura pré-montada poderá ser instalada próximo a um hospital já existente, ainda não definido, com a oferta de 240 leitos. Os números do coronavírus no município são de 75 casos e quatro mortes.
Curitiba
Em Curitiba, a prefeitura chegou a descartar a montagem de um hospital de campanha na Arena da Baixada, cuja estrutura foi oferecida pela diretoria do Athletico. A alegação do prefeito Rafael Greca foi de que a rede de saúde do município não precisava e, além disso, o estádio não oferecia estrutura para este tipo de atendimento.
A secretária da Saúde do município, Márcia Huçulak, afirmou em videoconferência com vereadores, realizada na última semana, que também não está nos planos atuais da Prefeitura contar com hospitais de campanha. A ideia é utilizar leitos de hospitais particulares se necessário.
“Curitiba não tem mais diferença entre leito SUS e não SUS”, disse a secretária na ocasião.
Números apresentados pela secretária indicam que hoje são mais de 5,7 mil leitos disponíveis, com 760 de UTI, e que a Prefeitura prevê mais 697 leitos clínicos e 240 de UTI de "retaguarda".
Mesmo assim, a prefeitura tem um plano B caso a situação se agrave e um hospital de campanha seja realmente necessário. De acordo com o prefeito, o centro de convenções no Parque Barigui já está reservado para isso.
"Se precisarmos, vamos fazer hospital de campanha no Barigui. A concessionária do espaço [a fabricante de automóveis Renault] já me cedeu o espaço e já mandei desenhar [a estrutura do hospital de campanha]", declarou Greca em entrevista ao telejornal Paraná TV, da RPC.
Portanto, está previsto no Plano de Contingência da Secretaria Municipal da Saúde para enfrentamento da Covid-19 uma alternativa caso a situação se agrave, de acordo com a Sesa.
“O hospital de campanha não é uma ideia descartada completamente. Ele apenas não é necessário nesse momento, no nosso quadro atual. Mas se o número de casos confirmados e suspeitos da covid-19 crescer a ponto de a estrutura existente e já prevista não ser suficiente, haverá sim hospitais de campanha”, informou por meio da assessoria de comunicação.
Curitiba registra 350 casos e sete mortes por coronavírus.
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