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Sesa não deve usar estrutura cedida pela Copel para atendimento da Covid-19
| Foto: Guilherme Flores/Casa Civil

Em 27 de maio de 2020, o Paraná registrava uma média móvel de 3,6 mortes diárias por Covid-19 – número que precisa ser multiplicado por 24 para chegar ao cenário recente. Naquele dia, a taxa de ocupação das UTIs disponíveis no Estado para tratamento exclusivo de infectados pelo coronavírus foi de 36% – bem diferente do índice atual, próximo dos 100%.

Neste mesmo 27 de maio, a Copel autorizou o uso temporário de parte das hospedagens existentes nas sedes das usinas hidrelétricas como hospitais de campanha. Ao todo, dois ambulatórios – um em Pinhão e outro em Reserva do Iguaçu –, 137 apartamentos e 396 quartos que, de acordo com a companhia, levariam apenas 10 dias para serem readequados para a nova função. Só que mesmo a Copel tendo colocado esta estrutura à disposição do Estado, é pouco provável que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) vá utilizá-la.

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A autorização, de fato, nunca chegou à Sesa. A Copel respondeu a um requerimento protocolado pelo deputado estadual Luiz Fernando Guerra (PSL) em 22 de abril daquele ano. Recebida a resposta positiva, o documento – segundo o gabinete do deputado – foi encaminhado para ciência da Casa Civil.

De acordo com a assessoria da Casa Civil, o processo está arquivado desde o dia 27 de julho – a assessoria de imprensa da Sesa confirmou que a pasta não havia recebido qualquer informação sobre o assunto até a última quarta-feira (3). Procurada, a Copel confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a estrutura segue disponível caso seja necessário.

O secretário de Saúde, Beto Preto, explicou à reportagem da Gazeta do Povo que investimentos em hospitais de campanha não são o foco da Sesa neste momento crítico da pandemia. Segundo ele, por serem estruturas temporárias, não deixam um “legado” para a rede pública de Saúde. Outro motivo apontado por Beto Preto são os custos de viabilização, de três a cinco vezes mais altos do que os de hospitais convencionais.

“Aqui no Paraná construímos a estratégia de utilizar os hospitais que já existiam. Hospital de campanha agora? De onde vamos trazer equipe? Vamos colocar pessoas em tendas, sem o devido material e equipamentos à disposição, sem uma rede de gases montada? Leito de enfermaria nós temos, não está faltando. Nossa necessidade são leitos de UTI e os hospitais estão fazendo o que é possível fazer”, declarou Beto Preto, que também afirmou que o Paraná está chegando “ao limite” e que o estado agora deve recorrer a leitos de UTI geral para internar os pacientes com Covid-19.

Decreto prorrogado

Com a pandemia em nível crítico no estado, com a taxa de ocupação das UTIs beirando a 100%, o governo do Paraná decidiu ampliar até a próxima quarta-feira (10) a vigência do decreto 6.983/2021, que estabelece medidas mais restritivas às atividades no Paraná.

O decreto venceria às 5 horas da manhã da próxima segunda-feira (8), mas o governo decidiu estendê-lo por mais dois dias para reduzir a circulação de pessoas nas ruas. Após o dia 10, no entanto, o estado deve afrouxar as restrições, permitindo o funcionamento do comércio (incluindo bares e restaurantes) e a volta às aulas (no modelo híbrido), pelo menos até a quarta-feira seguinte, dia 17.

O governo estabelece, no entanto, o fechamento do comércio no sábado e domingo. Também determina o toque de recolher diário, ainda entre as 20 horas e as 5 horas da manhã seguinte.

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