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General Joaquim Silva e Luna durante a cerimônia de posse na Itaipu: “mudanças são necessárias”. | Alexandre Marchetti/Itaipu/Divulgação
General Joaquim Silva e Luna durante a cerimônia de posse na Itaipu: “mudanças são necessárias”.| Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu/Divulgação

O novo diretor geral brasileiro da Usina Hidrelétrica de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, anunciou na terça-feira (26), em Foz do Iguaçu, que a geração de energia, aliada a redução das tarifas, serão as prioridades de sua gestão à frente da binacional.

“Cabe à Itaipu, genericamente, a missão de gerar energia elétrica de qualidade com responsabilidade social e ambiental. Impulsionando o desenvolvimento econômico, tecnológico e sustentável no Brasil e no Paraguai, ou seja, substantivamente, cabe à Itaipu gerar energia elétrica, o restante é derivativo”, destacou o general recém-empossado ao cargo em cerimônia que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PSL), do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, e do governador em exercício no Paraná, Darci Piana (PSD) .

Em seu discurso de posse, o general defendeu mudanças no controle brasileiro da hidrelétrica. “Sabemos que em tempos de mudanças descontínuas não precisamos cometer erros para fracassar. Basta continuarmos fazendo o mesmo; portanto, mudanças são necessárias”, destacou ao pontuar que sua equipe irá se empenhar nos próximos dias para se inteirar de todo o trabalho necessário, já de olho em 2023.

A data representa o fim do tratado C de Itaipu, parte financeira do acordo entre Brasil e Paraguai, que disciplina entre outras coisas a compra pelo país do excedente da energia que cabe aos paraguaios e o pagamento dos royalties aos municípios que foram atingidos de alguma forma pela construção da barragem da hidrelétrica, iniciada em 1973.

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Diante das expectativas levantadas pelo novo comando da usina, o general Joaquim Silva e Luna ponderou que toda mudança traz consigo muitas especulações, mas destacou que a sociedade brasileira indicou, com o resultado das eleições presidenciais do ano passado, a vontade de trilhar outro caminho. “Particularmente, no Brasil, a sociedade optou por uma forte e corajosa mudança de rumo, pautada em valores. Isso tem consequências. As novas tecnologias avançam e modelo do setor energético, pelo que se sabe, está em busca de novas alternativas que permitam cada vez mais renovação tecnológica, produção de energia com segurança, menor custo operacional e menores tarifas, estaremos de olho nisso e na austeridade de todos os gastos”, prometeu.

Sabemos que em tempos de mudanças descontínuas não precisamos cometer erros para fracassar. Basta continuarmos fazendo o mesmo; portanto, mudanças são necessárias

General Joaquim Silva e Luna diretor-geral do lado brasileiro da Itaipu

A usina de Itaipu permaneceu sob o controle do PT por 13 anos com a gestão de Jorge Samek. O último diretor-geral, Marcos Stamm, foi nomeado pelo ex-presidente Michel Temer (PMDB) em abril do ano passado. Ao se despedir, reforçou o papel socioambiental da hidrelétrica em toda região Oeste do Paraná.

“Trabalhei com uma equipe maravilhosa e que muito me honrou. Deixo o cargo com o sentimento de dever cumprido. A Itaipu ao longo de sua trajetória exitosa ampliou sua área de atuação socioambiental para 54 municípios [sendo 52 deles no Oeste do Paraná, um no Noroeste do Estado e outro em Novo Mundo, no Mato Grosso do Sul]”, pontuou.

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Momento é de apreensão e diálogo, diz prefeito

O prefeito de Pato Bragado, Leomar Rohden, o Mano (MDB), presidente do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu, composto por 16 municípios, diz que o momento é de apreensão e diálogo.

“Temos inúmeras demandas para apresentarmos ao novo comando de Itaipu. A maior delas é a manutenção do pagamento dos royalties e também dos convênios que estão em vigor. Desejamos sucesso ao general e sua equipe e aguardamos sermos chamados para uma reunião”, pontuou o prefeito. Em discussão interna dentro da Itaipu, a revisão do Tratado C não contou até o momento com a participação dos municípios que integram o documento.

“Ainda não fomos chamados para nenhuma reunião. Sabemos que o tema está sendo discutido, até agora sem a nossa presença. Aguardamos a oportunidade para apresentamos nossas demandas e acreditamos no diálogo para chegarmos ao consenso”, concluiu.

De acordo com informações da usina, no dia 8 de fevereiro passado, a Itaipu efetuou mais um repasse de royalties ao Tesouro Nacional, no valor de US$ 10,4 milhões. Ao governo do Paraná e aos 15 municípios paranaenses que fazem divisa com o reservatório da Itaipu, destinou-se o equivalente a US$ 7,9 milhões.

Uma reunião está marcada para meados de março entre o presidente paraguaio e brasileiro para discutir estas e outras questões, entre elas, a construção da segunda ponte entre os dois países, confirmada por Jair Bolsonaro durante a cerimônia de posse do novo diretor de Itaipu.

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