| Foto: Renan Olaz/CMRJ

O general Richard Nunes, secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, revelou que a vereadora Marielle Franco foi morta por causa de grilagem de terras. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo , ele afirmou que os milicianos acreditavam que a vereadora poderia atrapalhar a posse de terra na zona Oeste da capital fluminense. Nesta sexta-feira (14), quando o crime completa nove meses, a Polícia Civil cumpre mandado de busca e apreensão na casa do vereador Marcelo Siciliano (PHS), suspeito de envolvimento no assassinato.

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Ao Estado, o general afirmou que o crime estava sendo planejado desde o fim de 2017, antes da intervenção federal no Rio de Janeiro. Segundo Nunes, Marielle começou a atuar na zona Oeste, principalmente na Baixada de Jacarepaguá, área dominada por milicianos. A vereadora começou a questionar as relações dos milicianos com a comunidade, liderando um trabalho de conscientização da população sobre a posse de terra. Com isso, chamou a atenção dos bandidos, que a viram como uma ameaça.

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“Ela estava lidando em determinada área do Rio controlada por milicianos, onde interesses econômicos de toda ordem são colocados em jogo. No momento em que determinada liderança política, membro do legislativo, começa a questionar as relações que se estabelecem naquela comunidade, afeta os interesses daqueles grupos criminosos”, afirmou o secretário.

Ele completou: “A milícia atua muito em cima da posse de terra e assim faz a exploração de todos os recursos. E há no Rio, na área oeste, na baixada de Jacarepaguá problemas graves de loteamento, de ocupação de terras. Essas áreas são complicadas”.

Tese já tem elementos sólidos

Nunes diz que ainda é preciso provar essa tese, mas que já há elementos sólidos que indicam que esse foi o motivo do crime. “O que leva ao assassinato da vereadora e do motorista é essa percepção de que ela colocaria em risco naquelas áreas os interesses desses grupos criminosos.”

Marielle foi superestimada

Para o general, a interferência da vereadora na disputa por terra for superestimada pelos milicianos. “O que entendo hoje é que os criminosos superestimaram o papel que a vereadora poderia desempenhar”, afirmou ao ser questionado se o crime seria uma afronta à intervenção.

Operação nesta sexta-feira

Nesta sexta, dando continuidade às investigações, a Polícia Civil e o Ministério Público do RJ cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do vereador Marcelo Siciliano (PHS). O político é suspeito de estar envolvido em grilagem de terras na zona Oeste e de participar do plano que levou à morte de Marielle.

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Segundo a TV Globo, Siciliano não estava em casa no momento da chegada dos agentes. Na residência foram aprendidos um tablet, um computador, HD e documentos. A força-tarefa ainda não divulgou mais informações sobre a busca.

O crime

Marielle e Anderson foram mortos na noite de 14 de março, no bairro do Estácio, na região central do Rio. Ambos foram baleados quando voltavam para casa, de carro, na Barra da Tijuca, após participar de evento na Lapa.

O assassinato de Merielle e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes, completa nesta sexta-feira (14) nove meses.