Sergio Moro deixará a toga a partir da próxima segunda-feira (19), de forma definitiva e irrevogável, após 22 anos de carreira.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O juiz federal Sergio Moro decidiu antecipar nesta sexta-feira (16) o pedido de exoneração, previsto para janeiro, a fim de assumir o superministério da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro. O desembargador federal Thompson Flores, presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o tribunal de segunda instância da Lava Jato, assinou a exoneração. O magistrado deixará a toga a partir da próxima segunda-feira (19), de forma definitiva e irrevogável, após 22 anos de carreira.

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No documento apresentado ao tribunal, Moro ressaltou as críticas que vinha recebendo por sua participação na transição enquanto ainda permanecia oficialmente como juiz federal. Ele estava em férias há 12 dias e oficialmente desligado dos processos da Lava Jato, que conduziu por 4 anos e sete meses.

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“Houve quem reclamasse que eu, mesmo em férias, afastado da jurisdição e sem assumir cargo executivo, não poderia sequer participar do planejamento de ações do futuro governo”, afirmou. Segundo Moro, a decisão de permanecer na magistratura até a posse seria para dar cobertura previdenciária aos seus familiares em “caso de algum infortúnio”.

Agora, segundo interlocutores, ele quis evitar “eventuais surpresas” e participar mais ativamente da equipe de transição, ocupando um cargo executivo.

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“Embora a permanência na magistratura fosse relevante ao ora subscritor por permitir que seus dependentes continuassem a usufruir de cobertura previdenciária integral no caso de algum infortúnio, especialmente em contexto no qual há ameaças, não pretendo dar azo a controvérsias artificiais, já que o foco é organizar a transição e as futuras ações do Ministério da Justiça”.

“Assim, venho, mais uma vez registrando meu pesar por deixar a magistratura, requerer a minha exoneração do honroso cargo de juiz federal da Justiça Federal da 4ª Região, com efeitos a partir de 19/11/2018, para que eu possa então assumir de imediato um cargo executivo na equipe de transição da Presidência da República e sucessivamente ao cargo de Ministro da Justiça e da Segurança Pública”, declarou Moro.

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“Destaco meu orgulho pessoal de ter exercido durante 22 anos o cargo de juiz federal e de ter integrado os quadros da Justiça Federal brasileira, verdadeira instituição republicana”, finalizou Sergio Fernando Moro.

Leia na íntegra o pedido de exoneração do juiz Sergio Moro

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