Presidente Jair Bolsonaro (PL) durante motociata em São Paulo| Foto: Fernando Bizerra Jr/EFE
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não vai cumprir o acordo entre o WhatsApp e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que a nova ferramenta do aplicativo que permite grupos com milhares de pessoas só comece a funcionar no Brasil após o segundo turno das eleições.

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"Isso que o WhatsApp está fazendo no mundo todo não tem problema, mas abrir uma excepcionalidade para o Brasil é inadmissível e inaceitável, e não vai ser cumprido esse acordo", disse Bolsonaro na manhã desta Sexta-feira Santa (15) durante sua participação na motociata "Acelera para Cristo", na Rodovia dos Bandeirantes, uma das principais ligações de São Paulo com o interior do Estado.

O presidente não deixou claro, no entanto, de que forma deixaria de cumprir o acordo, uma vez que o compromisso foi firmado entre uma empresa privada e a Justiça Eleitoral.

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Em caráter experimental, o aplicativo anunciou nesta quinta-feira (14), um recurso que permite a criação de comunidades com milhares de pessoas, mas que, pelo trato feito com o TSE, não será disponibilizado no Brasil até o fim das eleições.

"Queremos um Brasil realmente livre, próspero, com liberdade total, não é apenas de ir e vir, é liberdade de expressão, de opinião, de credo, é esse o Brasil que nós queremos, e por isso eu dou a minha vida, por ter certeza disso", afirmou ele.

O presidente também fez ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve ser seu principal adversário nas eleições de outubro. "Imaginem se no meu lugar estivesse o ladrão petista?", disse.

Bolsonaro chegou ao local por volta das 9h45 e parou para cumprimentar apoiadores. Durante o trajeto, ele utilizou um capacete do tipo "coquinho", incompatível com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), cometendo uma infração. O presidente fez o percurso até município de Americana, a 130 km da capital.

Outras autoridades como o ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pré-candidato ao governo de São Paulo, o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o ex-secretário de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif, também participaram do evento.

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"Uma participação fantástica. Demonstra que a população quer democracia, liberdade, respeito, transparência. Que o ideal seja a legalidade. Então, está de parabéns aqui o povo de São Paulo", declarou Bolsonaro durante transmissão ao vivo ao longo do trajeto da motociata.

Motociata de R$ 1 milhão

À "CNN", o governo de São Paulo revelou que a estimativa da Secretaria de Segurança Pública para fazer a segurança da motociata é de aproximadamente R$ 1 milhão. A estimativa dos organizadores é que mais de 2 milhões de motociclistas compareçam ao evento. Cerca de 1,9 mil policiais militares fora mobilizados ao longo do percurso. A rodovia teve sua pista sentido interior, trecho entre São Paulo e Santa Bárbara D’Oeste, interditada desde 8h desta sexta. Antes de 14h desta sexta, a via já estava liberada.

Segundo apurou a colunista do "O Globo" Bela Megale, o empresário Jackson Vilar da Silva, que aparece como um dos organizadores da motociata, teria recebido R$ 5,7 mil de auxílio emergencial do governo federal entre abril de 2020 e outubro de 2021. Silva também já foi candidato a deputado federal pelo PROS em 2018.