O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na noite desta quarta-feira (12), que o respeito ao teto de gastos e a busca pela responsabilidade fiscal estão entre as prioridades de sua gestão. "Nós queremos o progresso, o desenvolvimento, o bem-estar do nosso povo. Nós respeitamos o teto dos gastos, queremos a responsabilidade fiscal, e o Brasil tem como realmente ser um daqueles países que melhor reagirá à questão da crise", disse.
A declaração de Bolsonaro foi feita no Palácio da Alvorada, após uma reunião entre ele, os presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), ministros de seu governo e lideranças no Congresso.
O encontro se deu um dia após a exoneração dos secretários Salim Mattar e Paulo Uebel do Ministério da Economia — dois nomes até então fortes na equipe comandada por Paulo Guedes e que deixaram o governo por não verem avanço nas propostas de reforma administrativa, desburocratização e privatização.
Ao anunciar a saída de ambos, na terça-feira (11), Guedes falou em "debandada" no ministério e disse que setores do governo buscavam gastos excessivos que poderiam até descambar em um processo de impeachment contra Bolsonaro. Com o pronunciamento, o presidente da República tentou passar a imagem de que se mantém fiel à agenda liberal de Paulo Guedes.
Chefes do Congresso endossam pacto pelo teto de gastos
Maia e Alcolumbre também se pronunciaram e ambos endossaram o clima de pacto em torno do teto de gastos indicado por Bolsonaro. O presidente do Senado destacou que "a agenda de responsabilidade fiscal" figura entre as prioridades da casa e disse que está preparado para "dar respostas" aos projetos encaminhados pelo Palácio do Planalto. Ao longo de sua fala, Alcolumbre destacou em mais de uma ocasião que a reunião serviu para um "nivelamento de informações" entre o Congresso e o Executivo.
Já Maia colocou que a Câmara está preparada para conduzir o projeto de reforma administrativa "assim que o presidente entender importante". A proposta, que visa modificar a estrutura do funcionalismo público, é tratada por Guedes como uma de suas prioridades para a economia nacional mas não teve um texto oficializado pelo governo até o momento. Após promessas que se acumularam ao longo dos últimos meses, a expectativa é que o governo formalize sua iniciativa apenas em 2021.
Bolsonaro falou ainda em seu pronunciamento que a reunião incluiu tópicos como a própria reforma administrativa e projetos de privatização. "Nós nos empenharemos, mesmo no ano eleitoral, juntos, para buscar soluções, destravar a nossa economia, e colocar o Brasil no local que ele sempre mereceu estar", apontou.
Esteve presente também no pronunciamento o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, apontado como um "rival" de Paulo Guedes na Esplanada - ele é defensor de mais investimentos públicos, enquanto o comandante da Economia pede controle de gastos. Outro nome na reunião foi o do deputado Vitor Hugo (PSL-GO), que deixará a função de líder do governo na Câmara. Ele será substituído por Ricardo Barros (PP-PR).
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