Representantes dos governos do Brasil e da China irão se reunir nesta quinta-feira (20), na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos, para discutir os últimos desdobramentos da guerra na Ucrânia. A reunião não faz parte do calendário oficial da ONU e se trata de uma iniciativa do grupo "Amigos da Paz", fundado por Brasil e China no ano passado com a intenção de propor uma solução pacífica para o conflito no Leste Europeu.
Juntos, os dois países propuseram um acordo de seis pontos para uma solução do conflito europeu. O encontro está marcado para ocorrer às 15h de Nova York (às 16h de Brasília) e a intenção é discutir a evolução da guerra e as negociações que estão sendo mediadas pelos Estados Unidos.
Conforme apurou a Gazeta do Povo, a reunião será medida pelo embaixador brasileiro na ONU, Sérgio França Danese, e pelo representante chinês, Fu Cong. Não há informações se outros países irão participar do encontro.
Os embaixadores de Brasil e China pretendem debater as perspectivas de paz na Ucrânia sob a ótica dos países do Sul Global - termo utilizado para se referir às nações em desenvolvimento. Também está previsto um comunicado oficial de Brasil e China após a reunião.
A iniciativa de diálogo com invasor e invadido vinha sendo defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ditador chinês, Xi Jinping. O gesto, contudo, foi criticado pela Ucrânia e seus aliados, sob a justificativa de que um diálogo com Putin significaria favorecê-lo no contexto da guerra. A guerra teve início em fevereiro de 2022 após o ditador russo ordenar que suas tropas invadissem o país vizinho.
Até o momento, o Brasil não se pronunciou oficialmente sobre as negociações que podem levar a um possível cessar-fogo na Ucrânia. Como mostrou a Gazeta do Povo, o governo brasileiro esperava uma manifestação russa para se posicionar sobre tema. A intenção seria pesar a viabilidade e contexto das negociações. Nesta semana, Putin concordou em ter diálogos para iniciar uma negociação, mas não houve ainda qualquer comentário por parte do governo brasileiro.
A China, por outro lado, já se manifestou sobre os últimos acontecimentos sobre a guerra. De acordo com a imprensa chinesa, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, afirmou o seu país saúda os "esforços por um cessar-fogo, que considera um passo necessário para a paz".
Em outra frente, sob condução de Donald Trump, o governo americano tem buscado negociar um cessar-fogo temporário no Leste Europeu. O republicano também vem mantendo diálogos com a Rússia e com a Ucrânia em busca de uma solução para o conflito. Na última terça-feira (18), Trump teve um telefonema com o ditador russo, Vladimir Putin, e, nesta quarta (19), com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Plano de Brasil e China será discutido nesta quinta
Há um ano, Brasil e a China propuseram um acordo de seis pontos para a paz na Ucrânia. Intitulado "Entendimentos Comuns entre o Brasil e a China sobre uma Resolução Política para a Crise na Ucrânia", o documento pede pela não expansão do campo de batalha na região e sugere a realização de uma conferência internacional de paz que seja reconhecida por Rússia e Ucrânia para discutir uma solução do conflito.
O documento foi apresentado a outros países em uma conferência organizada por Brasil e China na ONU, em Nova York, realizada em setembro do ano passado. Na ocasião, foi criado o grupo Amigos da Paz na Ucrânia, com a intenção de dar visibilidade e buscar adesões para a proposta sino-brasileira.
O grupo possui caráter informal e não ganhou tração entre a comunidade internacional. O documento chegou a ser apoiado outras nações - a maioria parceiros de Brasil e China nos Brics (bloco de nações emergentes) e que compõem o chamado Sul Global, do qual os dois países também fazem parte.
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