Ministro Luiz Fux, presidente do STF.
Ministro Luiz Fux, presidente do STF.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, afirmou que a sociedade não espera "uma carta de alforria" da Câmara a favor do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), preso desde terça-feira (16). Fux concedeu uma entrevista à Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (18). O ministro ressaltou que se a Câmara derrubar a prisão do deputado, "estará agindo de acordo com o que a lei permite e o que a jurisprudência do STF consagrou".

"Agora, a sociedade é leiga, a sociedade não conhece essas minúcias constitucionais. Eu acho que a sociedade tem uma capacidade de julgar imediatamente quando os atos são assim tão graves. Então eu acho que a sociedade não está preparada para receber uma carta de alforria em favor desse paciente”, apontou o presidente da Corte.

Fux afirmou que ele mesmo havia decidido prender Silveira, mas optou por consultar o ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos contra os atos antidemocráticos e das fakenews, e o responsável por expedir o mandado de prisão. Nesta sexta-feira (19), os deputados devem realizar uma votação para decidir sobre a prisão de Silveira.

O presidente do STF também revelou que recebeu uma mensagem do ministro da Defesa, Fernando Azevedo, dando explicações sobre a revelação de que o general Eduardo Villas Bôas articulou com o comando do Exército um tuíte de alerta ao STF antes do julgamento de um habeas corpus que poderia beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2018.

“O ministro da Defesa [Fernando Azevedo] entrou em contato comigo, tenho até uma mensagem enviada por ele, dizendo a mim o seguinte: "ministro Fux, nós não queremos potencializar essa notícia porque na verdade foi declaração isolada do ministro Villas Bôas no momento de fazer sua biografia, não há nenhuma concordância das Forças Armadas em relação a pressão sobre o Supremo", disse Fux.