Gilmar Mendes, um dos integrantes da 2ª turma do STF.
Gilmar Mendes, um dos integrantes da 2ª turma do STF. Além dele, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia votaram pela nulidade da condenação de Bendine. Edson Fachin foi contra.| Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Nesta terça-feira (3), o subprocurador da República, Antonio Carlos Bigonha, se desculpou pessoalmente por declarações de procuradores que criticaram a decisão da 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular a condenação de 11 anos de reclusão imposta pelo ex-juiz federal Sergio Moro ao ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, por corrupção e lavagem de dinheiro. Logo após o julgamento, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba se manifestou por nota e alertou que o entendimento “poderá anular praticamente todas as condenações”. A decisão tem potencial para anular pelo menos 32 sentenças, conforme levantamento da Gazeta do Povo.

O subprocurador da PGR se manifestou em sessão da 2ª turma e disse que ficou surpreso com a nota da força-tarefa. “Não cabe aos procuradores que oficiam perante órgãos de primeiro grau fazer juízo de valor sobre julgamentos deste STF, tarefa que, se fosse o caso, incumbiria exclusivamente à procuradora-geral da República [Raquel Dodge, ou aos subprocuradores gerais por ela designados a ter assento nesta Corte”, argumentou Bigonha.