A delegada da Polícia Federal Erika Marena, que atuou na Lava Jato.
A delegada da Polícia Federal Erika Marena, que atuou na Lava Jato.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu nesta quinta-feira (10) um pedido da Controladoria-Geral da União (CGU) e garantiu ao órgão o compartilhamento de mensagens apreendidas na Operação Spoofing que citam o ex-chefe do Conselho ex-presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Roberto Leonel de Oliveira Lima, e a delegada da Polícia Federal Erika Marena, que atuou na Lava Jato.

Parte da apuração da CGU tem como base mensagens que mostram que uma delegada da PF teria lavrado o termo de depoimento de uma testemunha sem que ela tivesse sido de fato ouvida. Na época, a Operação Lava Jato era integrada pela delegada Érika Marena, que atuou nas investigações de Curitiba desde o seu início.

"Como expõe a Erika: ela entendeu que era pedido nosso e lavrou termo de depoimento como se tivesse ouvido o cara, com escrivão e tudo, quando não ouviu nada… DPFs [Delegados de Polícia Federal] são facilmente expostos a problemas administrativos", teria escrito o então coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, em uma conversa com o procurador Orlando Martello Júnior no dia 26 janeiro de 2016.

Já as outras mensagens as quais a CGU vai ter acesso tratariam de "supostos acessos indevidos a dados constantes nos sistemas da Receita Federal". Trechos dos diálogos reproduzidos em reportagens citam o nome "Leonel" e falam em uma "combinação com a Receita Federal". Em uma das mensagens citadas, Deltan escreveu: "A RF [Receita Federal] pode, com base na lista, fazer uma análise patrimonial, que tal? Basta estar em EPROC [processo judicial eletrônico] público. Combinamos com a RF."