Dilma recebeu intimação para prestar esclarecimentos à Polícia Federal sobre suspeita de propina paga pela JBS ao PMDB em 2014.
Dilma recebeu intimação para prestar esclarecimentos à Polícia Federal sobre suspeita de propina paga pela JBS ao PMDB em 2014.| Foto: Evaristo Sa/AFP

A operação deflagrada na manhã desta terça-feira (5) pela Polícia Federal, que investiga o repasse de R$ 40 milhões para líderes do MDB, chegou a pedir a prisão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), do ex-ministro Guido Mantega e do ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira, além da preventiva do ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União (TCU). O pedido, contudo, foi negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também foi consultada e se manifestou contrária às prisões. Sem o pedido de prisão aceito, Dilma foi intimada a prestar esclarecimentos à Polícia Federal sobre suspeitas de propina paga pela JBS ao PMDB em 2014.

As suspeitas foram levantadas nas delações premiadas do executivo Ricardo Saud, delator do caso J&F, e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Em sua delação, Saud disse ter havido pagamento da ordem de R$ 46 milhões a senadores do MDB, a pedido do PT. De acordo com o executivo, apesar de diversas doações terem sido oficiais, trata-se de "vantagem indevida", já que dirigentes do PT estariam comprando o apoio de peemedebistas para as eleições de 2014 para garantir a aliança entre os dois partidos. Machado, por sua vez, relatou repasses de R$ 40 milhões por parte do grupo J&F a senadores do MDB, a pedido de Mantega (então ministro da Fazenda), como forma de "comprar o apoio político" do MDB. O inquérito foi aberto por Fachin em 14 de maio do ano passado.