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Evento da OAB

Chefe da PF relaciona anistia do 8/1 a “capricho político”

Chefe da PF relaciona anistia do 8/1 a “capricho político”
Andrei Rodrigues defendeu que “graves crimes” do 8/1 não podem ser apagados por “capricho político” com a anistia. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, defendeu a responsabilização dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e associou a anistia a um “capricho político”. O chefe da PF participou, nesta segunda-feira (5), do evento promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Madri, na Espanha.

“São situações muito graves e que não podem simplesmente ser apagadas por capricho político. A minha posição, e é pública, é contrária ao processo de anistia, e as pessoas têm que ser responsabilizadas pelos graves crimes que cometeram”, disse.

O seminário da OAB em Madri, que termina nesta quarta-feira (7), reúne ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ministros do governo Lula (PT) e outras autoridades para debater temas relacionados à segurança jurídica. As inscrições para os três dias do evento foram vendidas a R$ 9 mil.

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"Ninguém cuidou da 'Débora do batom'", diz Gilmar Mendes

Durante o seminário, o ministro Gilmar Mendes disse ao jornal Folha de S. Paulo que a articulação pela anistia não deve ganhar força, apesar do projeto de lei protocolado na Câmara dos Deputados. Para o decano do STF, o 8 de janeiro é tema para os tribunais e a pressão pela anistia só aumentou "tendo em vista a cúpula" da articulação da suposta trama golpista.

“Acho fundamental que esse crime fique entregue aos tribunais. A eventual condenação ou absolvição dos responsáveis por esse episódio todo. Demos passos significativos. Até pouco tempo, falávamos que só os executores tinham sido atingidos. Agora, percebemos que também a cúpula desse movimento foi atingida”, afirmou.

"Então, na verdade, ninguém cuidou da 'Débora do batom' enquanto ela estava presa. Ela passou a ser visibilizada a partir do momento em que há uma denúncia contra a cúpula", disse Gilmar Mendes à Folha.

O ministro fez referência à cabeleireira Débora Rodrigues do Santos, que pichou a estátua da Justiça em frente ao Supremo no dia 8 de janeiro de 2023. Ela foi condenada a 14 anos e, atualmente, está em prisão domiciliar. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, também participou do evento da OAB, mas evitou opinar sobre a anistia.

Em SP, Múcio disse que Forças repeitarão decisão do Legislativo sobre anistia

Já o ministro da Defesa, José Múcio, aproveitou um evento com empresários do grupo Lide, em São Paulo, para defender as Forças Armadas na segunda (5). Ele reforçou que as Forças obedecerão a decisão do Legislativo sobre a anistia, bem como a determinação do Justiça sobre os militares acusados pela trama golpista.

A Primeira Turma do STF tornou réus, na tarde desta terça (6), mais sete acusados de participação no suposto plano de golpe, cinco deles são militares.

“O que a Justiça decidir, o que o Legislativo decidir, nós respeitamos. Evidentemente que o militar lamenta muito quando vê um colega indiciado. O primeiro sentimento é de constrangimento, e o segundo, de indignação, porque eles comprometeram a imagem de uma instituição que eles sabem que tem que ser preservada”, afirmou o ministro da Defesa.

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