Chico Rodrigues foi deputado federal por 5 mandatos consecutivos e vice-governador e governador de Roraima.| Foto: Agência Senado/AFP
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O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) tem uma trajetória política marcante. Antes de ser nacionalmente — e até internacionalmente — exposto após ter tido dinheiro apreendido em sua cueca em operação da Polícia Federal (PF), ele foi eleito deputado federal por cinco mandatos consecutivos por Roraima, onde também foi eleito vice-governador e chegou a ser governador em menos de um ano. A passagem pela Câmara o aproximou do presidente Jair Bolsonaro, de quem foi vice-líder do governo na atual gestão até esta quinta-feira (15), quando foi dispensado.

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Pernambucano, natural de Recife, Rodrigues é político desde 1989, quando foi eleito, então pelo PMDB, vereador por Boa Vista. Anos antes, no início daquela década, ainda na ditadura militar, entre 1983 e 1985, foi secretário de Agricultura do governador Arídio Martins de Magalhães. Em 1990, foi eleito deputado federal por Roraima nas eleições estaduais.

Naquela época, já havia deixado o quadro peemedebista e se filiado ao PTB, um dos sete partidos ao qual pertenceu ao longo de sua trajetória política. Como petebista, foi reeleito nas duas eleições seguintes, em 1994 e 1998, época em que seu partido integrou a base de apoio do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

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Entre 1995 e 1997, contudo, Rodrigues se filiou ao antigo PPB, atual PP. Durante esse período, foi correligionário de Bolsonaro. Ali, se iniciou a amizade entre os dois. Em vídeo gravado durante as eleições de 2018, o então candidato presidencial disse ter uma relação de “quase união estável” com Rodrigues. O agora senador retribuiu o afago, lembrou a amizade de “20 anos” e demonstrou a felicidade por ele lutar “em defesa do Brasil, dos princípios e valores da família”. Atualmente, Rodrigues emprega em seu gabinete o assessor parlamentar Léo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro.

Durante sua trajetória política, nem sempre Rodrigues ficou na base governista. Em 2002 e 2006, voltou a ser reeleito, mas pelo antigo PFL, o atual DEM, partido da oposição ao presidente na época, Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2010, na eleição que consagrou Dilma Rousseff como sucessora do PT na Presidência da República, o senador foi eleito vice-governador do tucano José de Anchieta Júnior. A chapa deles superou, no segundo turno, a coligação apoiada pelos petistas.

Em 2014, acusado de improbidade administrativa pelo Ministério Público por irregularidades identificadas na emissão de títulos de propriedades rurais, Anchieta renunciou ao cargo e lançou pré-candidatura ao Senado. Com isso, Chico Rodrigues, então filiado ao PSB, assumiu como governador.

Naquele ano, lançou sua candidatura à reeleição, tendo como vice Rodrigo Jucá (PMDB), filho do ex-senador Romero Jucá (MDB). Mais uma vez, concorreu sem apoio do PT, que lançou a candidatura de Ângela Portela, em chapa com Alexandre Henklain (PDT) de vice. No entanto, Chico Rodrigues foi preterido pela população, que elegeu a chapa da governadora Suely Campos (PP) e seu vice, Paulo Quartiero (DEM).

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Três anos depois, após uma passagem entre 2015 e 2017 no PSDB, Rodrigues voltou ao DEM, partido pelo qual passou a maior parte de sua carreira política. Em 2018, escorado na esteira bolsonarista — apesar de seu partido ter composto coligação adversária à do PSL —, foi eleito senador pela primeira vez, com 22,76% dos votos, tendo o próprio filho, Pedro Arthur (DEM), como primeiro suplente.

No Senado, Chico Rodrigues atua em defesa de pautas conservadoras e econômicas

Engenheiro agrônomo por formação, Chico Rodrigues trilhou carreira no Congresso em defesa do empreendedorismo e do emprego. Na atual legislatura, por exemplo, apresentou projeto para estimular empresas a contratar funcionários com mais de 60 anos. O projeto de lei (PL) 4.890/2019 estabelece que empresários poderão deduzir de sua contribuição à seguridade social — que é de 20% do total da remuneração paga — até um salário mínimo para cada semestre trabalhado por funcionários idosos.

Membro titular da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado, Rodrigues também atuou para evitar regulamentações sobre o exercício de profissões na área da tecnologia da informação. O congressista apresentou parecer pela rejeição de projeto que propunha regulamentar o exercício das atividades de analista de sistemas, desenvolvedor, engenheiro de sistemas, analista de redes, administrador de banco de dados, suporte, e carreiras correlatas.

Além da agenda de empregos, o senador também é favorável às pautas de segurança e desenvolvimento sustentável, e do avanço econômico com a preservação do meio ambiente. Ele é autor de um PL que explicita as hipóteses de legítima defesa em caso de violação de domicílio e outro que estabelece diretrizes e fundamentos para o zoneamento ecológico-econômico e para a conservação, proteção e o uso sustentável da Amazônia. Ambos os temas são defendidos pelo governo.

Enquanto vice-líder do governo, Rodrigues representou o Senado em missões no exterior. Viajou para China, Singapura e Malásia, a convite das empresas Paper Excellence e ST Engineering. Representou o Brasil enquanto observador internacional na eleição presidencial do Cazaquistão. E, a convite do governo, participou de missão oficial em Jerusalém e de convenção anual no Canadá da associação representante da indústria de exploração e desenvolvimento mineral canadense.

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