Foi uma viagem curta e em silêncio. O presidente Jair Bolsonaro esteve neste domingo (1.º) no Uruguai para a posse de Luis Lacalle Pou como novo presidente do país vizinho – um político de centro-direita, possível aliado no Mercosul. Durante as 9 horas que esteve em Montevidéu, Bolsonaro também se encontrou com outro aliado na América do Sul, o direitista Sebastián Piñera, presidente do Chile. Foi uma conversa rápida sobre o Prosur, novo bloco composto por sete países na América do Sul.
Bolsonaro apareceu algumas vezes durante a transmissão oficial do discurso de posse de Lacalle Pou. Antes de entrar no Palácio Legislativo (sede do Parlamento uruguaio), saudou apoiadores que gritavam o seu nome. Ouviu Lacalle Pou falar de integração e cooperação do Mercosul, mas também ouviu um discurso que defendia a preservação do meio ambiente e foco em questões sociais como educação, segurança e inclusão.
Bolsonaro foi um dos foi um dos primeiros chefes de Estado a chegar à Praça da Independência, onde ocorreu a segunda etapa da solenidade de posse. Além dele e de Piñera, compareceram o rei da Espanha (Filipe VI) e os presidentes do Paraguai, Colômbia e Bangladesh. Bolsonaro acompanhou a passagem da faixa presidencial. Depois de 15 anos da esquerda no poder, agora o Uruguai volta a ter um presidente de centro-direita.
Houve os cumprimentos protocolares na Praça da Independência, e antes que a cerimônia chegasse ao fim, Bolsonaro decidiu ir embora. Todos os outros chefes de Estado seguiram para um coquetel promovido pela presidência do Uruguai. Bolsonaro preferiu ir para a casa do embaixador do Brasil no país. Na programação oficial, estava previsto um jantar, mas do lado de fora sentia-se o cheiro e via-se a fumaça de um típico churrasco uruguaio.
A expectativa era de que Bolsonaro falasse com a imprensa sobre Lacalle Pou às 21 horas. Mas, antes disso, por volta das 20h20 o presidente foi embora da casa do embaixador sem dar nenhuma declaração. O Itamaraty alegou cansaço. Os ministros General Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) acompanharam o presidente no silêncio e foram juntos para a base aérea, de onde decolaram de volta ao Brasil.
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