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Já virou tradição. O Brasil é o primeiro país a discursar na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Neste ano, dia 24 de setembro, será a estreia do presidente Jair Bolsonaro. E já foram fornecidas amostras de como será o discurso de Bolsonaro na ONU: soberania, Amazônia e até a recente polêmica do veto ao discurso do Brasil sobre o clima podem entrar no roteiro do presidente.

Apesar de o presidente ter passado por uma cirurgia de hérnia no abdômen dia 8 de setembro, o risco do cancelamento da presença de Bolsonaro na ONU é “zero”, segundo o próprio. A agenda do presidente na 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas foi encurtada, mas mantida: o Planalto informa que houve “melhora significativa no estado de saúde”. A saída da comitiva presidencial está prevista para o próximo dia 23, com retorno dia 25 de setembro.

O Podcast República aborda justamente esse tema. Mediado pelo jornalista Giorgio Dal Molin, o programa teve a participação de Leonardo Desideri, correspondente da Gazeta do Povo em Brasília, e Oliver Stuenkel, coordenador do programa de pós-graduação da Escola de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Escola de História e Ciências Sociais em São Paulo (CPDOC-SP). Eles trazem pistas e preveem também os encontros prioritários do presidente no evento, mesmo com a saúde debilitada após a cirurgia.

Muito além do discurso de Bolsonaro na ONU

Ao todo, mais de 150 dos 193 países que fazem parte das Nações Unidas (ONU) confirmaram a presença de chefes de estado na Assembleia Geral. Por isso, além do discurso de Bolsonaro na ONU, estão em jogo as relações exteriores com outros países. Reuniões bilaterais com nações como Peru, Ucrânia e África do Sul foram canceladas. Mas há a importância de conversas paralelas que fortalecem acordos econômicos, como o acordo de Livre Comércio Mercosul-União Europeia, assinado dia 28 de junho.

“A Assembleia Geral das Nações Unidas é uma das plataformas mais importantes para projetar o país. É um encontro, acima de tudo, para pautar a agenda internacional. Praticamente todos os chefes de governo se encontram na mesma cidade. E além dos discursos, [os líderes têm] mais 10, 15 reuniões às margens”, explica o professor Oliver Stuenkel, que considera importante o presidente buscar melhorar as relações com líderes europeus, incluindo o presidente da França, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, todos críticos a políticas de Bolsonaro.

O especialista reforça a importância dos temas soberania e Amazônia no discurso de Bolsonaro da ONU, o que está na pauta do presidente.

Por que o Brasil abre a Assembleia Geral da ONU

Outro assunto explicado no podcast é por que o Brasil abre a Assembleia Geral da ONU desde 1955. A tradição de o Brasil abrir os trabalhos começou com Osvaldo Aranha, ministro de Relações Exteriores de Getúlio Vargas e chefe da delegação brasileira na ONU. Foi ele quem presidiu a primeira sessão especial da Assembleia e a segunda sessão ordinária em 1947.

“Reza a lenda” que nenhum país se prontificou a ser o primeiro a falar nas assembleias. Então, houve um acordo para que o Brasil, como voluntário, tivesse essa incumbência de 1955 em diante. Outro motivo é que o país não viu ser cumprida uma promessa, o que faria do discurso de abertura um “prêmio de consolação”. Morto em 1945, o presidente dos Estados Unidos Franklin Roosevelt havia garantido que o Brasil teria uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. O país seria o sexto a ser membro permanente, mas até hoje conta com apenas cinco país: Estados Unidos, Rússia (União Soviética à época), França, Reino Unido e China.

Conheça melhor essa e outras histórias no Podcast República!

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