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O ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva (PT), se disse indignado com o vazamento de uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e integrantes da corrente majoritária do partido realizada na última quinta-feira (6).
Durante um evento com vereadores petistas em Matão, no interior de São Paulo, neste domingo (9), ele afirmou que a divulgação do encontro à imprensa teve o objetivo de prejudicar sua candidatura à presidência do partido que vive um racha interno e que se intensifica, poucos meses antes da disputa, que ocorre em julho.
Edinho classificou a participação de Lula na reunião com correligionários do PT como um gesto importante para a construção da unidade interna da sigla, mas lamentou que o encontro tenha sido explorado como uma ferramenta de disputa política, alertando que Lula teria sido “ usado”. “O presidente foi usado por aqueles que querem enfraquecer minha candidatura. Mas isso não me desanima, ao contrário, reforça minha determinação em ajudar a fortalecer o partido”, declarou.
Edinho está na lista dos preferidos por Lula para assumir o comando do PT, mas não de outros líderes que trabalham abertamente contra sua candidatura. A reunião realizada na quinta passada ocorreu em Brasília na residência da deputada federal Gleisi Hoffmann, futura ministra das Relações Institucionais e serviu para reforçar as divisões dentro da sigla.
Aliados de Gleisi teriam demonstrado resistência à candidatura de Edinho e buscam viabilizar outras opções. Entre os nomes cogitados estão o senador Humberto Costa (PE), o presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamoto, o deputado federal Rui Falcão (SP) e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE).
Apesar das pressões contrárias, Edinho reafirmou sua candidatura e destacou sua admiração por Gleisi Hoffmann, a quem chamou de “maior presidente da história do PT”. Ele expressou desejo de contar com seu apoio, mas declarou que respeitará caso ela opte por outro candidato.
Após o vazamento do conteúdo da reunião, setores da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), a mais influente dentro do PT, iniciaram a coleta de assinaturas para formalizar a candidatura de Edinho nos próximos dias. O ex-prefeito conta com o respaldo de líderes petistas influentes na sigla, incluindo o próprio Lula, José Dirceu, Jaques Wagner, Wellington Dias, Fernando Haddad e Alexandre Padilha.
Por outro lado, Gleisi e outros membros do partido articulam a busca por alternativas, reforçando o cenário de disputa acirrada pela sucessão na presidência do PT.
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