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Brasília –  Portão principal do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Ministério da Justiça enviou força-tarefa após massacre em presídios em Manaus| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Uma disputa interna da facção Família do Norte (FDN) está por trás das 55 mortes ocorridas em presídios de Manaus entre o domingo (26) e a segunda-feira (27), segundo fontes de segurança pública ouvidas pela reportagem.

O racha opõe dois líderes históricos da facção, ambos mantidos em presídios federais longe do Amazonas. De um lado, a facção "pura", liderada por José Roberto Barbosa, o Zé Roberto da Compensa. Do outro, o ex-aliado João Pinto Carioca, o João Branco.

A ordem para as mortes dos últimos dias, executadas por asfixia ou armas brancas improvisadas, teria partido de João Branco, que, em Manaus, operaria por meio de sua mulher, identificada somente pelo primeiro nome, Sheila.

A onda de mortes, que pegou a segurança pública do Amazonas de surpresa, começou no final da manhã de domingo, durante o horário de visitas do Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus.
É o mesmo presídio onde começaram os motins em presídios nas primeiras semanas de 2017, que terminaram com um saldo de 126 mortos no Amazonas, em Roraima e no Rio Grande do Norte.

Naquela época, o FDN, ainda unido, lançou uma ofensiva contra o PCC (Primeiro Comando na Capital) em Manaus. Em resposta, a facção paulista, hoje inexpressiva no Amazonas, massacrou a FDN e seus aliados em Roraima.

Vencido o maior rival no Amazonas, a FDN começou a rachar –disputa que, segundo a polícia, está por trás de diversos assassinatos em Manaus nos últimos anos.

No episódio mais violento, em dezembro de 2017, seis homens foram mortos durante um treino de futebol no bairro da Compensa, o berço da FDN.

Cinco jogavam na equipe T5 Jamaica, antes chamada de Compensão. Uma investigação da Polícia Federal em 2015 vinculou o time à FDN. 
Além da facção amazonense, o Comando Vermelho apresenta uma crescente presença no Amazonas, segundo o governo estadual.

O Amazonas é a principal porta de entrada da rota de cocaína peruana que abastece o Norte e o Nordeste. A droga, escoada pelo rio Solimões, também é levada para o exterior.

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