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Sucessão na Câmara

Possível futuro presidente da Câmara, Motta votou mais com o governo do que deputados aliados

Hugo Motta
Hugo Motta faz parte do terço mais fiel ao governo, com 91% de votos alinhados à base em 2023 e 2024. (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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O possível futuro presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi mais fiel ao governo em votações na casa do que os próprios aliados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele é o indicado do atual mandatário, Arthur Lira (PP-AL) para a sucessão e conta com uma aliança com 17 partidos que vão da base à oposição – PT e PL, respectivamente.

O alinhamento de Motta ao governo ocorreu em 91% das votações segundo levantamento da Folha de S. Paulo publicado nesta sexta (24). Ele, no entanto, é do partido do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), principal possível concorrente de Lula na sucessão presidencial de 2026, e que apoiou a tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro (PL) em 2022.

O levantamento comparou o desempenho de Motta com outros deputados em votações de projetos de lei, resoluções, decretos, medidas provisórias e emendas à Constituição, à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e ao Orçamento dos anos de 2023 e 2024.

A apuração aponta que Motta faz parte do terço mais fiel ao governo, à frente até mesmo de deputados da base como Erika Kokay (PT-DF), que seguiu o governo em 86% das votações; Luiza Erundina (PSOL-SP), com 85%; Tabata Amaral (PSB-SP), com 82%, Duda Salabert (PDT-MG), com 81%; Henrique Vieira (PSOL-RJ), com 77%; e Erika Hilton (PSOL-SP), com 72%.

O partido de Motta, ainda, comanda um ministério do governo Lula, o de Portos e Aeroportos com Silvio Costa Filho.

Por outro lado, apesar do forte alinhamento com o governo, Hugo Motta votou contra a cobrança do Imposto Seletivo para armas e munições na reforma tributária e contra a ampliação da redução das alíquotas do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição Social sobre Bens e Serviços) para operações imobiliárias de 40% para 60%.

A aliança amealhada por Lira para apoiar Motta na eleição conta com 488 deputados, 231 a mais dos 257 necessários para ser eleito. A votação ocorre no dia 1º de fevereiro.

A expectativa é de que Motta seja eleito com ampla vantagem sobre o – até o momento – único candidato adversário, o deputado federal Henrique Vieira (PSOL-RJ).

A disputa chegou a ter ainda Elmar Nascimento (União-BA) e Antonio Brito (PSD-BA), que acabaram tendo as candidaturas descartadas pelos partidos ao negociarem cargos e indicações para a chapa do paraibano.

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