O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na noite desta quinta (25) que sua volta à presidência foi vista com “expectativa em todos os países do mundo” ao tentar justificar as 15 viagens internacionais que fez apenas em 2023. O giro pelo mundo custou R$ 9,6 milhões apenas nos cartões corporativos, segundo a Gazeta do Povo revelou mais cedo.
Lula reconheceu que é “tido como um presidente que viaja muito para o exterior”, mas que o Brasil “nunca antes na história esteve tão respeitado no mundo como agora”.
“Não sabia que a minha volta à Presidência da República e a derrubada do negacionismo neste país ia gerar tanta expectativa em todos os países do mundo”, disparou Lula durante um discurso em São Paulo, ressaltando que o prestígio dele se estende dos Estados Unidos à China.
"Dos Estados Unidos à Índia, da China à Alemanha, do México aos países africanos, que visitarei nos próximos dias, eu nunca tinha ouvido tanta expectativa positiva pelo retorno do Brasil", completou em uma postagem nas redes sociais.
A tentativa de justificar as 15 viagens internacionais ocorreu após o Planalto identificar críticas à imagem de Lula pela alta quilometragem rodada apenas no primeiro ano de governo. O presidente, no entanto, não explicou os gastos de R$ 9,6 nos cartões corporativos, segundo dados apurados pelo colunista Lúcio Vaz através da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Segundo relata a apuração, os recursos foram gastos com serviços de apoio de solo, comissária e telefonia, não incluídas despesas do Ministério das Relações Exteriores. Os dados também não são integrais, já que alguns foram negados com a justificativa de colocarem em risco a segurança do presidente.
“A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada”, justifica a Presidência.
Ao todo, Lula visitou 24 países em 2023 em 62 dias. A viagem mais longa ocorreu no final do ano, quando passou 8 dias em um roteiro pela Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes e Alemanha, ao custo de R$ 1,012 milhão segundo a apuração de Vaz.
Já a viagem a Hiroshima, no Japão, em maio, foi a mais cara e custou R$ 1,66 milhão em 6 dias.
Por outro lado, Lula já confirmou que vai diminuir o ritmo em 2024 para focar em viagens domésticas para articular apoio a aliados que vão disputar as eleições municipais. “Se preparem porque eu vou percorrer o Brasil. Eu quero visitar o Brasil, quero visitar as cidades, conversar com prefeitos, com o povo, com os governadores”, disse no final de 2023.
Ele disse, na época, que pretende fazer apenas duas viagens ao exterior neste ano para participar da reunião da União Africana, na Etiópia, e para a Guiana, para participar da conferência da Caricom, a comunidade dos países caribenhos.
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