O governo federal informou nesta terça-feira (4) que a maioria da população foi contra a vacinação compulsória de crianças entre 5 e 11 anos de idade no Brasil. A decisão foi resultado da consulta pública sobre o tema lançada pelo Ministério da Saúde no dia 23 de dezembro e que terminou no domingo (2). Os números foram apresentados pela secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, médica Rosana Leite de Melo, durante a abertura da audiência pública com para discutir a imunização infantil no país.
Segundo Melo, 99.309 pessoas participaram da pesquisa, que apontou também que a maioria dos brasileiros é contrária à exigência de receita médica para a imunização de crianças. Não foram detalhadas, porém, as quantidades de respostas positivas e negativas em cada questão. De acordo com a secretária, um documento será elaborado nesta quarta-feira (5) com as diretrizes a serem adotadas em todo o território nacional referente a vacinação infantil.
Pouco antes do início do debate, a Anvisa informou ao Ministério da Saúde que não participaria das discussões. No documento enviado ao ministério, a agência reguladora brasileira informou que já se manifestou a favor da vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade e que seu posicionamento é público.
Durante o período de votação, o sistema da consulta pública apresentou instabilidade devido a um grande número de acessos, o que obrigou o Ministério da Saúde a alterar a plataforma onde a sondagem foi disponibilizada. Os textos apresentados no site foram alvo de questionamento e a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encaminhou um ofício ao Ministério da Saúde pedindo correções.
No dia 16 de dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a aplicação da vacina da Pfizer contra Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. Na segunda-feira (3) o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a vacinação desse público deve começar na segunda quinzena de janeiro.
Em nota técnica enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última semana, a secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19 afirmou que a vacina infantil contra Covid-19 é segura e uma importante ferramenta de proteção, podendo inclusive atenuar interrupções de aulas na pandemia. "Antes de recomendar a vacinação [contra a] Covid-19 para crianças, os cientistas realizaram testes clínicos com milhares de crianças e nenhuma preocupação séria de segurança foi identificada", afirmou a secretária, em nota técnica elaborada para subsidiar posição da Advocacia-Geral da União em ação movida no STF, pelo PT, que cobra um cronograma de vacinação de crianças contra a Covid-19.
Durante a audiência pública realizada nesta terça-feira (4), especialistas, representantes do Ministério da Saúde e de entidades ligadas ao tema voltaram a discutir a vacinação de crianças. Durante sua apresentação, o médico imunologista Roberto Zeballos, representante da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, afirmou que a atual situação da pandemia da Covid-19 no Brasil não justifica a vacinação infantil.
Ex-desembargador afirma que Brasil pode “se transformar num narcoestado”
Contra “sentença” de precariedade, estados do Sul buscam protagonismo em negociação sobre ferrovia
Câmara de São Paulo aprova privatização da Sabesp com apoio da base aliada de Nunes
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast