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Empunhando um batom, Michelle Bolsonaro (PL) discursou durante o ato pela anistia na avenida Paulista, em São Paulo (SP), neste domingo (6), e lembrou das pessoas que permanecem presas pela participação nas manifestações de 8 de janeiro de 2023. Acompanhada no palanque por uma menina que segurava um cartaz com a foto da mãe detida, a ex-primeira dama citou casos de alguns presos, entre eles, da cabeleireira Débora Rodrigues que se tornou um símbolo do movimento feminino em prol da anistia.
“O batom representa a Débora. Uma mulher comum, cabeleireira, que se torna o símbolo da luta pela Justiça no nosso Brasil”, discursou Michelle, que convocou a participação feminina no ato na avenida Paulista ao gravar um vídeo com outras parlamentares com um batom como símbolo.
Após dois anos de detenção no interior de São Paulo por escrever “perdeu, mané” com um batom na estátua da Justiça, em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, a cabeleireira teve o benefício de prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes no final de março.
Michelle Bolsonaro questionou os critérios da decisão do Supremo com base na legislação sobre crimes de vandalismo. “Pichação, grafite e qualquer outra forma de danificar monumento ou prédio urbano, a pena é de três meses a um ano e multa que varia de R$ 800 a R$ 10 mil. A nossa Débora pegou 14 anos de prisão com multa de R$ 30 milhões, ou seja, a cada ano ela terá que pagar R$ 1 milhão”, comparou.
A ex-primeira dama classificou a decisão do STF contra a cabeleireira como “crueldade” e destacou a participação das mulheres no movimento que pede a liberdade de Débora, com um batom como símbolo. Para Michelle, a manifestação demonstra que o poder do voto feminino deve ser decisivo em 2026.
“Débora escreveu uma frase no monumento que foi apagada com água e sabão e já estava há dois anos presa longe dos filhos. Agora, ela está em prisão domiciliar, graças à mobilização de vocês [...] Nós, mulheres, somos mais da metade da população. Nós podemos decidir uma eleição. Nós somos mães, educadoras e pagamos os nossos impostos. Estejam atentas às eleições de 2026”, ressaltou.
De acordo com Michelle, um grupo de oração formado no Palácio do Planalto durante a gestão Bolsonaro orava pelas autoridades, entre elas, o ministro Moraes e a esposa Viviane. No entanto, ela criticou a falta de sensibilidade do magistrado que, de acordo com a ex-primeira dama, separa mães, pais e filhos pequenos por “injustiça e maldade”.
“Se um pichador pode cumprir sua pena por três meses, em liberdade, porque tanta maldade e crueldade com essa mulher [Débora]. Foram apagadas a marca de batom do monumento, mas as marcas profundas causadas na vida dessa mulher, da sua família e de todos os presos, injustamente, não serão apagadas”, discursou a mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Temos até um morador de rua que não tem como receber a tornozeleira eletrônica, pois não tem residência fixa”, acrescentou Michelle, que terminou o discurso ao lado de Bolsonaro e dos filhos. Ela ainda lembrou da ausência do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que pediu licença do mandato na Câmara para permanecer nos Estados Unidos sob alegação de perseguição política do Judiciário.
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