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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta (23) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já seja intimado sobre o início da ação penal decorrente da aceitação da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) pela suspeita de tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro seria intimado em uma “data adequada” em meio à internação em Brasília para a recuperação da cirurgia abdominal realizada na semana passada. No entanto, Moraes antecipou a intimação após o ex-presidente realizar uma live no hospital nesta terça (22).
“Em virtude da internação do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi determinado que se aguardasse uma data adequada em que pudesse, normalmente, receber o oficial de Justiça. A divulgação de live realizada pelo ex-Presidente na data de ontem (22/4) demonstrou a possibilidade de ser citado e intimado hoje (23/4)”, disse o STF em nota.
Segundo a Corte, os demais réus do chamado “núcleo 1” da denúncia da PGR já foram intimados entre os dias 11 e 15, menos Bolsonaro por causa da cirurgia.
O ex-presidente respondeu indiretamente à determinação de Moraes com uma imagem postada em uma rede social em que reproduz o título de uma reportagem da revista Veja de que um oficial de Justiça estaria procurando-o no hospital.
“Entre um exame e outro, oficial de justiça caça Bolsonaro no hospital. ‘Inacreditável’, disse o ex-presidente que permanece internado há quase 15 dias”, aponta mensagem:
Na live realizada na noite desta terça (22), Bolsonaro estava acompanhado dos filhos e afirmou que deve ter alta na próxima segunda (28). O boletim médico mais recente apontou que ele “mantém uma boa evolução clínica e já apresenta sinais efetivos de movimentação intestinal”.
“Obrigado a todos que gostam de mim, que oram e mandam mensagens. Tive uma boa notícia, talvez daqui a dois dias eu fique livre da sonda nasogástrica e já começa a melhorar as coisas por aqui. Acredito que segunda-feira eu esteja de alta e comece então a voltar à normalidade”, afirmou.
Bolsonaro e mais seis aliados tiveram a denúncia da PGR aceita no final do mês passado por unanimidade pela Primeira Turma do STF. Ele é apontado como líder do suposto plano para se manter no poder e evitar a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Além dele, outras seis pessoas do chamado “núcleo 2” do plano se tornaram réus nesta terça (22) também por unanimidade pelo colegiado. As investigações apontam que eles fariam parte do grupo operacional para colocar em prática estratégias como impedir o trânsito de eleitores de regiões mais favoráveis a Lula no segundo turno da eleição de 2022 e de monitorar Moraes para a execução do chamado “Plano Punhal Verde e Amarelo”.
