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Lula e Maduro
Lula ainda não se pronunciou sobre decisão de Maduro de expulsar representantes da ONU após prisão de ativista.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

As decisões recentes do presidente venezuelano Nicolás Maduro de expulsar funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) do país e de prender a advogada e ativista Rocío San Miguel levaram parlamentares brasileiros da oposição a cobrarem uma posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Isso porque Lula é apoiador do líder da Venezuela e chegou a afirmar que se criaram “narrativas” e que o conceito de democracia “é relativo” ao defender o homólogo, além de recebê-lo com honras em Brasília no ano passado.

A senadora Tereza Cristina (PP-MS), líder do partido no Senado, fez a crítica mais dura e considerou a decisão de Maduro como “mais uma arbitrariedade covarde contra mulheres”. Para ela, o líder venezuelano “expulsou quem denunciou seu ato criminoso”, em referência ao Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos questionar a prisão de Rocío. O órgão denunciou, em julho do ano passado, a perseguição e tortura de centenas de opositores além da censura aos meios de comunicação.

“Essa é a ‘democracia relativa’, na definição de Lula, que Maduro impõe ao sofrido povo venezuelano. O governo Lula 3, que estendeu tapete vermelho para Maduro e não cobrou dele a dívida bilionária com o Brasil, vai optar de novo pela omissão do silêncio”, questionou a senadora.

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) fez um questionamento nas redes sociais perguntando “lembra algum outro país?” por conta da prisão de opositores ao regime, e postou uma imagem de Lula com Maduro.

Kim Kataguiri (União-SP) foi mais duro e afirmou que a falta de uma posição de Lula é "vergonhosa" e mostra uma "relação promíscua" entre o presidente e o "ditador venezuelano". "Lula coloca sua amizade pessoal com um ditador autoritário e sanguinário acima dos interesses do Brasil. Para ele, quando trata-se de um aliado, está permitido prender, matar e torturar", completou.

Já Eduardo Ribeiro, presidente do partido Novo, destacou que países como Argentina, Costa Rica, Equador, Paraguai e Uruguai “assinaram uma nota conjunta criticando o governo venezuelano e exigindo a liberação imediata de Rocío”, enquanto que “o Brasil? Pois é”. “Os ‘democratas’ e defensores dos direitos humanos vão permanecer calados diante de mais essa omissão do governo Lula”, completou o questionamento.

O Movimento Brasil Livre (MBL) também questionou o silêncio do governo, e perguntou “onde está o Silvio Almeida [ministro dos Direitos Humanos]? Cadê o pronunciamento da galerinha do amor?”.

Nesta quinta-feira (15), o governo da Venezuela anunciou a suspensão das atividades do escritório local de assessoria técnica do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, ordenando que seus funcionários deixem o país em um prazo de 72 horas. A justificativa dada pelo regime de Nicolás Maduro é de que o escritório teria "interferido em assuntos internos", após questionamentos sobre o desaparecimento e posterior prisão da advogada e ativista Rocío San Miguel, que foi apresentada em um tribunal sem direito a representação jurídica privada.

O ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, acusou o escritório do Alto Comissariado de agir como "uma caixa de ressonância para a oposição de extrema direita venezuelana" e de "apenas proteger as pessoas que tentaram subverter a ordem constitucional e criar violência na Venezuela". Ele afirmou que os funcionários têm 72 horas para deixar o país e que o governo venezuelano irá "revisar" os mecanismos de cooperação do escritório nos próximos 30 dias.

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