A primeira pesquisa de intenção de voto realizada após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular os processos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Lava Jato mostra o petista em segundo lugar na corrida pela Presidência da República em 2022 com 21%. O presidente Jair Bolsonaro lidera a corrida, citado por 31% dos entrevistados.
O levantamento, realizado pelo Instituto Real Time Big Data e encomendado pela CNN Brasil, testou o nome de oito nomes que podem disputar as eleições ao Palácio do Planalto. Atrás de Bolsonaro e Lula há um empate técnico no terceiro lugar entre quatro candidatos: Sergio Moro (10%), Ciro Gomes (9%), Luciano Huck (7%) e João Doria (4%). João Amoêdo teve 2% enquanto Marina Silva foi citada por 1% dos entrevistados.
Já os votos brancos e nulos somam 12%, enquanto 3% disseram que ainda não sabem como irão votar ou não responderam.
Com este cenário, em um eventual segundo turno entre Bolsonaro e Lula, os dois políticos aparecem empatados tecnicamente. O atual presidente teria 43% das intenções de voto, enquanto o petista somou 39%. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Outros cenários
O Instituto Real Time Big Data também testou outros possíveis cenários de segundo turno. No caso de uma disputa entre Bolsonaro e Ciro Gomes, o presidente atinge 43%, enquanto o pedetista soma 36%. Já contra Sergio Moro, Bolsonaro atinge 41% ante 38% do ex-juiz.
Disputando contra Luciano Huck, Bolsonaro registra 46% das intenções e voto, enquanto o apresentador soma 31%.
Maioria dos brasileiros não concorda com anulação
Além de mensurar as intenções de votos dos presidenciáveis, o levantamento questionou os brasileiros sobre a decisão do ministro Edson Fachin em anular os processos do ex-presidente Lula. Neste caso, 54% dos entrevistados afirmaram que não concordam com a decisão e outros 36% concordaram. Os que não sabem ou não responderam somaram 10%.
A decisão do ministro do STF, no entanto, não significa que o ex-presidente Lula é inocente das acusações feitas pela Lava Jato. Em seu despacho, Fachin anulou todos os atos processuais das quatro investigações abertas pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o petista por considerar que os casos não têm relação direta com a Petrobras e, portanto, a 13ª Vara Federal de Curitiba não seria a vara competente para analisar os processos.
O ministro do Supremo determinou então que a investigação seja encaminhada à Justiça Federal de Brasília e que todos os processos voltem à fase de apresentação de denúncia à Justiça por parte do MPF.
Lula desconversa sobre candidatura
Em seu primeiro discurso depois da nulidade dos processos, o ex-presidente petista desconversou sobre a possibilidade de ser candidato do PT a presidente nas eleições de 2022. No entanto, Lula antecipou que quem for o candidato do partido vai tentar "polarizar" com o presidente Jair Bolsonaro em 2022.
Lula afirmou que neste momento não tem "tempo para pensar em candidatura", mas que lideranças do PT irão percorrer o país na busca de alianças.
"Eu seria pequeno se estivesse pensando em 2022 neste instante. Sobre 2022, o partido vai sentar [para discutir o assunto]; e a candidatura só será definida quando chegar o momento de fazer as convenções. E isso só se dará no ano que vem. Agora, o partido colocou suas lideranças para rodar o Brasil para discutir a vacina, o emprego, a economia, como o [Fernando] Haddad está fazendo. A minha cabeça não está pensando em discutir 2022", desconversou o petista.
Sobre a possibilidade haver uma polarização entre o PT e Bolsonaro em 2022, o ex-presidente disse que o PT nasceu polarizado. "O que acontece é que o PT polariza desde 1989, e eu fui para o segundo turno polarizando com o [Fernando] Collor. Depois, polarizamos... fui eleito polarizando com o PSDB. Fui reeleito polarizando com o PSDB, Dilma foi eleita polarizando com o PSDB. E, depois, o Haddad foi derrotado polarizando com o Bolsonaro. O PT é muito grande e não pode ter medo de polarizar. Se não, será esquecido", completou.
Metodologia da pesquisa
O Instituto Real Time Big Data realizou a pesquisa entre os dias 8 e 9 de março com 1.200 pessoas em todas as regiões do país. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.
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