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A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (10), a operação Copia e Cola, que mirou 13 cidades para investigar uma organização criminosa suspeita de desviar recursos públicos destinado à Saúde de Sorocaba. A prefeitura da cidade é chefiada por Rodrigo Manga (PRB-SP), que ficou conhecido como "prefeito TikToker de Sorocaba", após seus vídeos viralizarem nas redes sociais. Ele também é um dos alvos da operação.
A investigação, informou a polícia, teve início em 2022 após suspeitas de fraudes na contratação de uma Organização Social (OS) para administrar, operacionalizar e executar ações e serviços de saúde em Sorocaba. A PF também teria identificado lavagem de dinheiro, por meio de depósitos em espécie, pagamento de boletos e negociações imobiliárias nessas transações.
No âmbito da operação, a Polícia Federal cumpriu 28 mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos dinheiro em espécie, armas e munição. De acordo com a polícia, os bens e valores e apreendidos podem chegar a R$ 20 milhões. Ninguém foi preso e, até o momento, nenhum mandado de prisão foi expedido.
Na cidade de Sorocaba, a casa do prefeito de Rodrigo Manga, a Secretaria de Saúde e o diretório municipal do Republicanos também entraram na mira da PF. Na residência de Manga, de acordo com o próprio prefeito, os agentes apreenderam um carro, dinheiro e o seu celular.
Ao todo, 12 cidades de São Paulo entraram na mira da PF: Sorocaba, Araçoiaba da Serra, Votorantim, Itu, São Bernardo do Campo, São Paulo, Santo André, São Caetano do Sul, Santos, Socorro, Santa Cruz do Rio Pardo e Osasco. A cidade de Vitória da Conquista, na Bahia, também foi alvo de busca e apreensão.
A Gazeta do Povo buscou a legenda para se manifestar sobre o caso mas ainda não obteve retorno. A assessoria de Manga também foi procurada e a reportagem não teve retorno até a publicação. O espaço segue aberto para manifestação.
Após a publicação, a Prefeitura de Sorocaba se manifestou sobre as investigações da Polícia Federal. Através de nota, a administração municipal declarou que está havendo ampla colaboração com as autoridades para as investigações mas endossou o tom de politização e de perseguição contra Rodrigo Manga.
"Vale destacar que a operação acontece em um momento de grande projeção da cidade e do nome do prefeito Rodrigo Manga no cenário nacional, inclusive pontuando com destaque em pesquisas para governador do Estado de São Paulo e presidente do Brasil. Não é a primeira vez na história que vemos "forças ocultas" se levantarem contra representantes que se projetam como uma alternativa ao sistema e dão voz ao povo", diz um trecho da nota.
"Perseguição política", diz Manga sobre investigação
Em entrevista à CNN Brasil, o prefeito Rodrigo Manga se defendeu das acusações. De acordo com o político, ele está sendo alvo de uma possível perseguição política e se comparou ainda a Pablo Marçal, Gusttavo Lima e Ronaldo Caiado, nomes cotados para concorrer à presidência em 2026.
"A operação, quando ela vem para o momento de vir para minha casa, alguém que não tem anda a ver com o assunto. Alguém que foi reeleito agora com 74% dos votos, lanço minha pré-candidatura há uma semana [da operação] à presidente da República [...] O que a gente viu no dia de hoje é uma politização da atuação da PF que está acontecendo com todos aqueles que se levantam", disse Manga. Ainda de acordo com Manga, ele está tranquilo em relação a investigação e não teme ser preso.