O Brasil está perto de atingir a marca de 100 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 aplicadas na população. A maioria delas (mais de 70 milhões) ainda é a primeira dose, que não dá a imunização completa (a não ser no caso do imunizante da Janssen). Isso já representa cerca de 45% do público-alvo do Plano Nacional de Imunização (PNI), os brasileiros com mais de 18 anos. Mas qual é a vacina mais usada no país até agora? A Gazeta do Povo verificou os dados consolidados até a última segunda-feira (28 de junho) para responder a essa questão.
A Coronavac/Butantan, primeiro imunizante a ser usado no país, em 17 de janeiro, ainda era o mais utilizado em 28 de junho, com 47% das doses aplicadas no país. A Coronavac é seguida de perto pela vacina da AstraZeneca/Oxford (46%). Além dessas duas, o país ainda está usando os imunizantes da Pfizer (7%) e da recém-chegada Janssen (0,2%).
A evolução da aplicação de doses, contudo, mostra que a Coronavac tende a ser ultrapassada pela AstraZeneca em breve. O ritmo de distribuição do imunizante do Butantan vem caindo — veja infográfico.
Entre janeiro e abril deste ano, a Coronavac dominava a plano de imunização no Brasil, chegando a responder por 84,6% das vacinas aplicadas no Brasil no mês de março.
Já a partir de maio a AstraZeneca foi alçada ao posto de principal imunizante, respondendo por 69,9% das doses utilizadas em território nacional naquele mês. Em junho, a vacina produzida no Brasil pela Fiocruz, também dominou o plano vacinal, respondendo por 72,4% das doses aplicadas.
A explicação para a queda no ritmo de aplicação da Coronavac se justifica por atrasos sucessivos na entrega de insumos vindos da China (o IFA, ingrediente farmacêutico ativo. É com o IFA chinês que o Butantan produz o imunizante.
Como fica a distribuição da vacina daqui em diante
O Ministério da Saúde informa ter distribuído cerca de 130 milhões de doses de vacinas desde o início da campanha de vacinação no Brasil — grande parte delas ainda não foram aplicadas. Dados da pasta mostram também que outras 490 milhões de doses devem ser distribuídas até o fim do ano.
A tendência, de acordo com essa previsão, é que as entregues da Coronavac voltem a superar as da AstraZeneca no período entre agosto e setembro, para novamente cair depois disso. Mas o destaque do segundo semestre tende a ser a vacina da Pfizer, que será o imunizante com mais doses distribuídas em todo país — veja tabela no infográfico.
O número de doses a serem distribuídas no segundo semestre, contudo, tende a ser menor do que os 490 milhões estimados pelo Ministério da Saúde.
Isso porque o plano inclui doses de vacinas que ainda não estão nem mesmo com aprovação de uso emergencial aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). É o caso, por exemplo do imunizante Spunik V (de origem russa) e da Covaxin (indiana). Ambos tem autorização da Anvisa apenas para uso experimental, que é uma permissão muito mais restrita do que a de uso emergencial.
Outro problema para cumprir esse cronograma é que o Ministério da Saúde suspendeu a compra da Covaxin por causa da suspeita de irregularidades na aquisição do imunizante indiano.
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