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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, rebateu críticas sobre a intromissão da Corte em temas que deveriam ser analisados por outras esferas do Poder. Para o ministro, a Corte “não se mete em tudo”, apenas atua de acordo com o “arranjo institucional brasileiro”.
“Não é o Supremo que se mete em tudo, é o arranjo institucional brasileiro que faz com que o Supremo tenha que se envolver em diversos temas. E tudo que envolve crime tem grande atenção midiática, e o Supremo tem também grande cobertura por causa dessa competência”, afirmou Barroso em durante palestra em Brasília, nesta quarta-feira (7). O tema da palestra proferida por Barroso foi "A Garantia da Democracia no Brasil".
Durante a palestra, o ministro ainda se mostrou incomodado com o que chamou de "perda da importância da verdade" e falou sobre os desafios para a democracia e para o judiciário a partir do avanço rápido das tecnologias.
“A verdade não tem dono, mas as pessoas não têm direito de criarem suas próprias narrativas e de mentirem”, disse.
Não é a primeira vez que Barroso se mostra incomodado com a diversidade de opiniões
Esta não é a primeira vez que o magistrado se mostra incomodado com a diversidade de visões que permeiam a internet.
Em maio de 2024, ao participar da abertura do Seminário Internacional Desafios e Impacto da Jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH), Barroso reclamou da falta de consenso na internet “a respeito de fatos”.
Para o ministro, embora a internet tenha revolucionado a maneira como as pessoas se comunicam, também abriu espaço para “desinformação”, “teorias conspiratórias” e “discurso de ódio”.
Em novembro de 2023, Barroso chegou a afirmar que quem critica o ativismo judicial não gosta da democracia e da Constituição.
Em outras ocasiões, o presidente do STF já disse que o Poder Judiciário passou a ser poder político e que o judiciário vive “ascensão política” em equilíbrio com os outros poderes.
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