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O Tribunal de Contas da União (TCU) vai investigar sobre o uso de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para buscar a ex-primeira-dama, Nadine Heredia, no Peru, na semana passada. Heredia recebeu asilo diplomático do governo Lula após ser condenada pela Justiça peruana a 15 anos de prisão no âmbito da Operação Lava Jato.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou o uso da aeronave da FAB com a concordância do presidente Lula (PT). A ex-primeira dama peruana chegou ao Brasil no dia 16 de abril, depois de buscar abrigo na Embaixada do Brasil no Peru.
Nesta quinta-feira (24), o TCU confirmou à Gazeta do Povo que existem dois processos abertos na Corte de Contas sobre o tema.
Um dos processos, sob a relatoria do ministro Aroldo Cedraz, foi apresentado pelo deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS), que pede a apuração sobre eventual “uso irregular de recursos públicos para operação logística e transporte da ex-primeira-dama do Peru, condenada por lavagem de dinheiro de empreiteiras brasileiras”.
O outro processo, sob a relatoria do ministro Benjamin Zymler, foi aberto a pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
O parlamentar pediu ao TCU a realização de uma auditoria "com objetivo de apurar a utilização, legalidade, necessidade, economicidade e gastos do transporte aéreo de Nadine Heredia e seu filho em aeronave da Força Aérea Brasileira".
Segundo o TCU, “os processos não foram apreciados ainda” e “não há prazo definido para que isso ocorra”.
Ministro de Relações Exteriores terá de explicar asilo diplomático ao Congresso
Na quarta-feira (23), a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou a convocação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para que ele explique o asilo diplomático concedido à Nadine Heredia.
O requerimento foi protocolado pelo deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES). Segundo o parlamentar, “o asilo à Nadine Heredia, cuja culpa foi declarada por tribunal, é mais do que um erro diplomático – é a recusa de se curvar à legalidade”.
Um dia antes, na terça-feira (22), a Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado aprovou um convite ao ministro pelo mesmo motivo.
Heredia e seu esposo, o ex-presidente Ollanta Humala, foram condenados por lavagem de dinheiro qualificada por financiamento ilegal, por parte do ex-ditador venezuelano Hugo Chávez e da construtora brasileira Odebrecht, para campanhas eleitorais de Humala em 2006 e 2011.
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