Por Lucas Berlanza, publicado pelo Instituto Liberal
Os órgãos de imprensa, grandes ou pequenos, que silenciaram o presidente Donald Trump alegando que ele estava mentindo – o que poderia ser aplicado a quase todos os governantes – e que menosprezaram ou mesmo censuraram notícias comprometedoras para o entorno de Joe Biden não podem falar que a “democracia venceu a ditadura”.
Os EUA continuam sendo uma democracia – no sentido de democracia representativa, que, no emprego corrente, é a mesma coisa que uma República constitucional; ao contrário de muitos amigos, não vejo muita pertinência em enfatizar a distinção histórico-conceitual das expressões – e nunca deixaram de ser.
A vitória de Joe Biden não é a vitória da democracia contra a ditadura, é uma vitória do eleitorado de Joe Biden sobre o eleitorado de Donald Trump. Simples assim. Alguns amigos comentaram que essa vitória teria o lado positivo de aposentar os inúmeros livros lançados no mercado a todo momento dando conta de que a democracia está morrendo. Objetei que agora circularia a narrativa de que o populismo está desaparecendo da face da Terra. Isso porque, naturalmente, o populismo nasceu em 2016 e não existe populismo na esquerda.
No Brasil, vejo fazerem festa pela “derrota do populismo” aqueles que apoiaram a liderança populista dos bolivarianos da América Latina e do lulopetismo que desgraçou e saqueou o país – e que gostariam de colocar aquele infame partido da estrela vermelha de volta ao poder. Desnecessário pontuar que não têm moral nenhuma para isso.
No mais, o governo brasileiro deve dialogar com os EUA, seja quem for seu presidente. Tivemos muito menos benefícios com a parceria com Trump do que se propagandeia. A direita tem também muito sobre o que refletir. Há muitas posturas que precisam ser alteradas. Não são sustentáveis – e pagaremos caro por elas.
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