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A falta de emprego no mundo
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Por Bernardo Santoro, publicado no Instituto Liberal

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, está havendo um aumento do desemprego em todo o mundo, com o número de desempregados chegando a 203 milhões em 2014, com um percentual de 6% de desempregados dentro da população economicamente ativa. A taxa de desemprego do Brasil hoje está na média mundial, com 5,8% de desempregados.

A primeira observação relevante acerca da questão do emprego tem a ver com a sua natureza. Empregos são muito importantes porque são um meio do ser humano sustentar a si e a sua família. Mas eles não são um fim em si mesmo. O fim em si é o sustento da família, e trabalho é apenas o meio. Como é o meio mais importante para a maioria absoluta das pessoas no mundo, é extremamente relevante termos um ambiente econômico que gere empregos.

São dois os ambientes econômicos que geram a maior quantidade possível de empregos: o de livre-mercado e o totalmente planificado.

No ambiente de livre-mercado, os empregos são abundantes na medida em que temos baixa incidência de tributos e burocracia, pois ambos aumentam os custos da contratação. Os salários aumentam na medida em que se aumenta a produtividade social e do trabalhador em questão. No livre-mercado, a tendência é que o poder de compra do trabalhador, mesmo o menos produtivo, consiga acesso a bens econômicos em virtude da queda dos seus preços. A eficiência no arranjo produtivo é maximizado, pois os empregos gerados estão vinculados a uma atividade cujo resultado é demandado pela população.

No ambiente totalmente planificado, o Governo planificador garante empregos para todos, mas em atividades que não são demandadas diretamente pela população, mas escolhidas pelo próprio governo. Isso tende a gerar empregos ineficientes e de baixa produtividade, resultando em um ambiente onde todos tem baixos salários e pouquíssimo acesso a bens e serviços.

Já a maioria dos países usa um ambiente misto, com alguma planificação e algum mercado privado com regulação e tributação. Esse ambiente misto gera uma redução no número de empregos, achatamento dos salários e baixa produtividade. No caso europeu, a deterioração do ambiente econômico está intimamente ligado ao Estado de Bem-Estar Social, que se mostra hoje insustentável.

O Brasil, embora adote claramente esse último modelo, ainda tem baixa índice de desemprego por dois motivos: largo mercado informal (20% do PIB, de acordo com a FGV, e 45% de acordo com o IPEA) e programas assistenciais que criam uma geração “nem-nem” (nem trabalha, nem estuda) que não é computada como desempregada. De fato, esse índice de desemprego é absolutamente fajuto. A se considerar as pessoas desalentadas, as que recebem menos de um salário-mínimo e as que vivem de bico, o índice de desemprego no Brasil atingiria o índice de 20% da população economicamente ativa.

É necessária, no Brasil e no mundo, uma reforma urgente para desoneração da folha de trabalho, redução da máquina administrativa, redução da burocracia e estímulo à poupança para investimento em aumento da produtividade do trabalho. Somente assim poderemos vislumbrar uma economia mundial dinâmica e agregadora de mão-de-obra em todos os níveis.

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