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Baixa poupança: o calcanhar de Aquiles da nossa economia
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Voltemos ao básico sobre economia: uma sociedade, tal como um indivíduo, precisa antes poupar, ou seja, postergar consumo presente, para poder depois investir. E é o investimento em capital fixo e humano que produz ganho de produtividade, ou seja, a possibilidade de fazer mais com menos insumos. Essa é, de forma resumida, a história do sucesso capitalista.

A alternativa é pegar poupança alheia emprestada. Quem poupou dá crédito a quem quer investir, mas não poupou. Se o investimento for produtivo, ou seja, se produzir resultado positivo e representar mais produção amanhã, então paga-se os juros pelo empréstimo, já que tempo tem valor, e pode se colher os benefícios.

Mas como todo indivíduo endividado sabe, dívida não existe sem risco. O investimento pode não se mostrar tão rentável, por exemplo. Pior ainda é se a dívida foi assumida não para investimento, mas para consumo corrente! Ou seja, a cigarra pediu ajuda à formiga, mas não para investir em instrumentos que lhe permitissem mais eficiência produtiva, e sim para comprar um violão novo e sair cantarolando por aí, como se o verão fosse eterno. Quando chega o inverno...

Agora podemos sair da aula 101 de economia, da qual todos os esquerdistas fugiram, e chegar à realidade brasileira: poupamos pouco. De tempos em tempos, quando o cenário externo ajuda, pegamos poupança emprestada de outros países. Nem sempre para investimentos. Às vezes é para comprarmos mais carros e televisores com tela plana. Aí vem a crise...

Para solucionarmos esse problema, só há uma saída: aumentarmos a nossa poupança. E o maior dreno é, sem dúvida, o estado hipertrofiado, que gasta cerca de 40% do PIB. Gasta, eu disse, pois os investimentos públicos ficam perto de nada. O governo é um grande departamento de RH, que paga salários de funcionários públicos e aposentadorias com muitos privilégios.

Já ficou claro, para quem consegue ligar lé com cré e tem mais de dois neurônios (exclui quase toda a esquerda), que só reformas estruturais que estancam a sangria fiscal podem permitir aumento sustentável de nossa poupança, para gerar mais investimentos produtivos (e a alocação de capital escasso é sempre mais eficiente pelo mercado livre). Numa imagem, eis nosso calcanhar de Aquiles:

Há consenso entre economistas sérios (novamente, exclui toda a esquerda) de que uma taxa de investimento perto de 25% do PIB se faz necessária para gerar um crescimento robusto, na casa de 4% ao ano, para finalmente reduzir a miséria e o desemprego em nosso país. E, para chegar lá, é crucial insistir nas reformas liberais estruturais, que limitem os gastos públicos e cortem privilégios.

Quem protesta? Ora, os privilegiados, os sindicatos, os políticos, aqueles que a esquerda costuma defender "em nome do povo". Percebeu o truque? A esquerda monopoliza os fins nobres populares, enquanto ferra com o povo ao impedir maior poupança doméstica e, com isso, forçar uma taxa de investimento baixa. Donde se conclui que a esquerda é, no fundo, a grande inimiga do povo. Elementar, meu caro Watson!

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