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Bolsonaro na Flórida: juras de amor de Trump, acordo militar e negócios
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O presidente Jair Bolsonaro chegou direto em West Palm Beach no sábado, para um jantar oferecido pelo presidente Donald Trump em sua propriedade particular Mar-a-Lago. Foi um evento grande, com inúmeros convidados, e Trump encheu o presidente brasileiro de elogios.

Em breve comunicado à imprensa, Trump disse que o povo brasileiro ama Bolsonaro, que o povo americano também o ama, e que ele tem feito um grande governo.

Foi uma espécie de retribuição tardia às juras de amor de Bolsonaro meses atrás, e uma retribuição à altura: não dá mais para alegar que só Bolsonaro externa sua admiração pelo líder americano: é um respeito mútuo, que simboliza a reaproximação entre os dois países, que nunca tiveram laços tão fortes.

Essa reaproximação gera frutos, como o acordo na área militar. Os governos dos dois países firmaram no domingo o Acordo de Pesquisa, Desenvolvimento, Teste e Avaliação (RDT&E) que abre o caminho para o desenvolvimento de projetos conjuntos para aperfeiçoar ou prover novas capacidades militares.

O governo americano, vale lembrar, é responsável por um orçamento militar da ordem de um trilhão de dólares, o que é mais do que todos os demais países do mundo somados. Esse acordo só foi possível pela assinatura, ano passado, o AST (Acordo de Salvaguardas Tecnológicas), e vem num contexto de guerra tecnológica entre Estados Unidos e China pelo 5G. A exploração do espaço é o grande alvo, e algo como 80% de tudo que é lançado no espaço vem dos americanos.

O Brasil andava um tanto afastado dos Estados Unidos por conta de preconceito ideológico no Itamaraty, especialmente no que diz respeito ao setor bélico. No contexto da Guerra Fria, os americanos, por meio da CIA, influenciaram políticas latino-americanas, enquanto o império soviético, com o "ouro de Moscou", tentava determinar o destino da região, promovendo revoluções comunistas para implantar ditaduras satélites, como Cuba.

A reaproximação tardia, portanto, vem colocar o Brasil mais alinhado ao xerife do planeta, ao líder do mundo livre, do Ocidente. Durante a era petista, o Brasil se aproximara do "eixo do mal", do Irã, da Rússia, da Venezuela. As relações exteriores precisam ser pragmáticas, sem dúvida, mas o pragmatismo aponta justamente para a América. Além dos princípios e valores, há também os dividendos econômicos.

E é nesse sentido que entra a reunião promovida pela Apex no Brazil-USA Business Relations Seminar, no hotel Hilton de Miami. Escrevo essas linhas exatamente aqui, no evento, e o presidente Bolsonaro deve abrir em alguns minutos com um breve discurso.

O prefeito de Miami estará presente, assim como os senadores Marco Rubio e Rick Scott. Bolsonaro será homenageado com a "chave da cidade". Várias autoridades estão com Bolsonaro, ministros, e algo como 300 empresários na plateia.

O objetivo é estreitar os laços comerciais entre os dois países. Se a Flórida fosse um país, seria um dos grandes parceiros brasileiros. Os EUA são o segundo destino de nossas exportações.

"O seminário é mais uma oportunidade para apresentarmos as empresas e soluções brasileiras ao mercado norte-americano, incrementando os negócios e fortalecendo a relação bilateral, que vive um ótimo momento", comentou Sergio Segovia, presidente da Apex-Brasil.

Até aqui, uma passagem do presidente Bolsonaro bastante produtiva, como podemos ver.

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