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Doria e Maia: estranhas prioridades
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Em entrevista coletiva feita via internet para anunciar medidas de combate ao coronavírus, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a atacar o presidente da República, Jair Bolsonaro.

“Qual o sentido de um presidente da República desfilar a cavalo em meio a 30 mil mortos por coronavírus?”, perguntou o governador, fazendo referência às fotos do fim de semana em que Bolsonaro aparece montado em meio a manifestantes. “O presidente passeia a cavalo enquanto pandemia galopa”, concluiu.

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira que o protesto realizado por bolsonaristas no último domingo, em Brasília, é "inaceitável" por se tratar de um ato contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

— Ontem era (um protesto) contra o Supremo Tribunal Federal. Muito ruim o que a gente viu com a participação do presidente. Devemos criticar e condenar uma atitude como essa. Depois vai andar a cavalo? O último que andou a cavalo na esplanada foi o general Newton Cruz (militar da ditadura, em 1984). Não são imagens positivas e de boa lembrança para o Brasil — disse.

Para Maia, um outro protesto do grupo chamado de "300 pelo Brasil", na noite de sábado, em marcha com tochas em frente ao STF, é "racista".

Causa estranheza que nem Doria nem Maia reconheçam que, hoje, a maior ameaça à democracia vem ou de vândalos contra o governo nas ruas, ou do próprio STF. Nenhuma palavra do governador ou do presidente da Câmara sobre a comparação esdrúxula de Celso de Mello, colocando Bolsonaro como uma espécie de Hitler tupiniquim. Nada sobre o inquérito ilegal de Alexandre de Moraes, que mandou a Polícia Federal na casa de apoiadores do presidente sem qualquer embasamento legal.

Vagabundos tocam o terror no país, queimam a bandeira do Brasil, espalham o caos. Ministro do STF compara governo eleito ao nazismo. Outro, relatando inquérito ilegal, manda PF na casa de bolsonaristas acusados do "crime" de subir uma hashtag atestando que o Supremo virou vergonha nacional. Mas Maia e Doria estão preocupados com Sara Winter, que fala em nome de ninguém, ou de Bolsonaro sem máscara em cima de um cavalo!

Enquanto isso... a economia já começa a sentir o tombo, caindo 1,5% no primeiro trimestre, que pega somente um mês de paralisação. Ou seja, a queda no segundo trimestre deverá passar de 6%, gerando milhões de desempregos extras. O uso de leito em SP está perto de 60%, mas aquela meta original de "achatar a curva" desapareceu, dando lugar ao isolamento pelo isolamento em si, enquanto a turma faz sensacionalismo com a quantidade de mortes. Na conta de quem devemos colocar a depressão que vem aí?

A ida do presidente a uma padaria é motivo para trata-lo como sociopata ou genocida, mas agora vários já justificam as "manifestações", pois são contra o governo. Aí se esquece do tal isolamento e se tolera aglomerações - e também depredações (justiça seja feita, o governador Doria as condenou). São prioridades muito estranhas essas...

Cada dia fica mais claro que até a pandemia foi utilizada como um pretexto para derrubar Bolsonaro. Quem mais tem ameaçado as instituições democráticas não é o presidente, tampouco seus apoiadores, mas sim seus detratores e inimigos. E com a conivência de boa parte da mídia e também do establishment, além dos "liberais" que preferiam ter votado em Haddad (PT) ou comparam a luta pela liberdade de ir e vir na pandemia a um bêbado no volante de um carro. É complicado...

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