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Moro e Huck, a chapa da Globo em 2022?
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Sergio Moro saiu do governo, e saiu atirando. Dada sua credibilidade, muitos aguardaram a hecatombe: seria um tiro de bazuca, fatal. O ex-ministro demandou que o vídeo da tal reunião ministerial fosse divulgado na íntegra, para dar o "contexto". Celso de Mello acatou, e sabemos o resultado.

O tiro foi de festim, vimos um presidente e seus ministros, à exceção de Moro, exaltados em defesa das liberdades. Muitos palavrões sim, mas isso só afeta os mais sensíveis, "sofisticados" e hipócritas. No essencial, o conteúdo, todos viram um presidente comprometido com suas promessas de campanha. O tiro saiu pela culatra.

Mas Moro não foi descansar. Deu entrevista ao Fantástico, o programa mais sensacionalista de uma emissora inimiga do governo, e para a revista Cruzoé, do grupo O Antagonista que pede a cabeça do presidente "vagabundo" de forma histérica e insistente - alguns diriam golpista.

Não satisfeito, publicou hoje um artigo no Globo, condenando o populismo "da esquerda e da direita", mas tendo como alvo o atual governo mesmo, do qual acabou de sair. Para Moro, o governo Bolsonaro é uma enorme ameaça populista e autoritária, e eis alguns exemplos que ele oferece ao leitor:

Os exemplos se multiplicam. Radares devem ser retirados das rodovias federais, ainda que isso leve ao incremento dos acidentes e das mortes; agentes de fiscalização ambiental devem ser exonerados se atuarem efetivamente contra o desmatamento ou queimadas; médicos devem ser afastados do Ministério da Saúde pois a pandemia do coronavírus atrapalha a economia, e agentes policiais federais não podem cumprir “ordens absurdas” quando dirigidas contra aliados político-partidários.

Que ditador! Tirou os radares caça-níqueis, fechou torneiras de grupos ambientalistas acostumados a mamar em tetas públicas, afastou um ortopedista que vinha claramente politizando a pandemia, e afirmou que não vai cumprir ordens absurdas, quando vemos um ministro do STF comparando o presidente a Hitler!

Mas a mensagem de Celso de Mello não parece incomodar Moro, não a ponto de ser mencionada e de ele cobrar a suspeição do decano. Tampouco o inquérito arbitrário aberto por Toffoli e relatado de forma irregular por Alexandre de Moraes parece incomodar Moro. Visita da PF às 6 da matina com base em "pastel de vento" fornecido pelo deputado Alexandre Frota? Está tudo bem.

Moro conclui seu texto com uma mensagem típica da retórica vazia da esquerda "moderada", que adota a postura do "isentão" como alternativa à polarização entre os extremos:

Não é difícil unir as pessoas em um momento de crise e em prol de um objetivo comum, especificamente salvar vidas e empregos e fazer do Brasil um grande país. Para tanto, é necessário fazer a coisa certa, sempre, sem tentações populistas ou autoritarismo. Há tempo para o governo se recuperar e é o que todos desejam. Mas precisa começar, já que a crise é grave e não permite perder mais tempo do que já foi perdido.

Essa mensagem poderia ter saído de Luciano Huck, ou Tabata Amaral, ou Roberto Freire, ou FHC. Enfim, qualquer esquerdista que se coloca como imparcial enquanto, no fundo, defende mesmo é a esquerda. Algo como esse movimento "pró-democracia", que se vende como acima das ideologias, mas só conta com esquerdistas e é bancado por bilionários:

Entre os signatários estão grupos de renovação e formação política surgidos nos últimos anos; entidades formadas a partir do incremento do combate à corrupção no País; movimentos de transparência nas atividades partidárias e na administração pública; institutos de gestão da educação e outras áreas; organizações ambientalistas, contra o armamentismo, entre outras. O manifesto foi divulgado pelo Pacto pela Democracia, que abriga movimentos e grupos de diferentes espectros políticos e tradições – como RenovaBR, Raps, SOS Mata Atlântica, a ONG Sou da Paz, a Rede Nossa São Paulo, o Instituto Vladimir Herzog, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e o Instituto Ethos. 

O manifesto foi lançado na esteira de iniciativas recentes como o Basta!, que reúne advogados e juristas, e o Movimento Estamos Juntos, que agregou centenas de personalidades – do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ao deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) – e o Somos 70%.

Atualmente, o Pacto Pela Democracia é uma organização com sede própria, sete diretores executivos remunerados e seis financiadores que pagam R$ 150 mil cada por ano. Entre os patronos estão Maria Alice Setúbal, Beatriz Bracher, Fundação Lemann e a National Environment for Democracy, ONG americana ligada ao Congresso. 

Como fica claro, só tem esquerdista com pauta "progressista", e tudo isso financiado por bilionários, como sempre ocorreu na história com movimentos de esquerda. Mas é para "salvar a democracia", gente! E tem a cara de Moro, não é verdade? Pode incluir alguns "liberais" também, já que Joice Hasselmann e Kim Kataguiri, do MBL, criaram até grupo de WhatsApp com Tabata Amaral, Alessandro Molon e Marcelo Freixo. Estão todos unidos! Já podemos até imaginar a "chapa da Globo" de 2022, com Moro e Huck:

Tenho muita admiração e respeito pelo Sergio Moro juiz da Lava Jato, mas temo que seu fim como político seja o mesmo de Joaquim Barbosa, demandado pela esquerda, e esquecido pelo povo...

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