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O que os emails vazados do Dr. Fauci revelam – e que a mídia quer ocultar?
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O Buzzfeed divulgou mais de três mil páginas de emails do Dr. Anthony Fauci, o nome mais importante no comando do combate ao Covid-19. Fauci é chefe do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) desde 1984. Foi conselheiro de todos os presidentes desde Reagan. Já era o nome mais importante no combate da Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Na pandemia atual, virou celebridade.

E certamente explorou isso. Deu inúmeras entrevistas, foi capa de diversas revistas, recebeu com gosto todos os holofotes que se voltaram para ele. Fauci passou a ser a sumidade no assunto pandemia, confundido com a própria ciência em si. O problema é que sua atuação, desde a época da AIDS, parece mais política do que científica. Foi lá que ele passou a tratar dissidentes como "negacionistas", politizando a ciência.

O vazamento desses emails todos domina o debate nos Estados Unidos, mas curiosamente a nossa imprensa não parece demonstrar qualquer interesse. Os emails do "Mandetta americano" expõem o que muitos de nós já sabíamos: é política demais, ciência de menos. E talvez seja esse o motivo do desinteresse de tantos jornalistas, que adotaram postura arrogante justamente selecionando as "autoridades" no assunto, e fingindo não notar as posturas erráticas delas.

“As máscaras são realmente para as pessoas infectadas, para evitar que espalhem a infecção para pessoas que não estão infectadas, em vez de proteger as pessoas não infectadas de contraírem a infecção”, escreveu Fauci numa mensagem. Ele continua: “A máscara típica que você compra na farmácia não é realmente eficaz para impedir a entrada de vírus, que é pequena o suficiente para passar através do material. Ela pode, no entanto, fornecer um pequeno benefício em impedir a entrada de gotas grossas se alguém tossir em você".

Fauci, pressionado pelo senador Rand Paul, que é médico, confessou que o uso de máscara mesmo após a vacina é mais pelo simbolismo do que pelo resultado concreto, ou seja, um teatro. Foi o mesmo Fauci que depois recomendou até duas máscaras, enquanto no começo alegava que elas não resolviam. Ele também foi visto num estádio ao lado de duas pessoas que usavam máscara, enquanto a dele estava arriada, abaixo da boca. Tanto vai e vem sobre máscara parece até a OMS!

Repito, então, minha pergunta: por que nossa imprensa até agora não tocou no assunto dos emails divulgados do Dr. Fauci? Enquanto isso, na FoxNews, Tucker Carlson soltou o verbo e massacrou Fauci: "A fraude absoluta de Tony Fauci é óbvia agora e é amplamente reconhecida. Mas nem sempre foi óbvio. Em março do ano passado, entrevistamos Fauci neste programa. Nós o tratamos com respeito. Levamos suas respostas a sério. Somos americanos, então presumimos que o homem encarregado de proteger os Estados Unidos da COVID deve ser impressionante e racional. Também presumimos que ele era honesto. Mas estávamos errados."

Tucker chama a atenção para outra coisa estranha nessas mensagens: "os emails mostram que Fauci fala regularmente com Bill Gates. Bill Gates não é médico. Bill Gates não é um cientista. [...] Então, por que Fauci teria um contato tão regular com Bill Gates? Ainda assim, o termo 'Bill Gates' aparece mais de duas dúzias de vezes nos emails de Fauci."

Além disso, Fauci recebeu mensagens sobre a possível origem laboratorial do vírus chinês, que ele descartava e ajudava a abafar. Anexado a um email estava um documento intitulado "Baric, Shi, et al - Nature Medicine - SARS Gain of Function.pdf." O "Baric" refere-se a Ralph Baric, um virologista residente nos Estados Unidos que colaborou com o Instituto de Virologia de Wuhan. Baric trabalhou com uma mulher chamada Dra. Shi Zhengli - conhecida como a "Mulher Morcego", porque ela manipula coronavírus que infectam morcegos.

Tenha em mente que durante o interrogatório do senador Rand Paul, de Kentucky, Fauci negou que esse mesmo Ralph Baric tivesse conduzido uma pesquisa de ganho de função, pesquisa médica que altera um organismo ou doença de uma forma que aumenta a patogênese, transmissibilidade ou gama de hospedeiros. No entanto, sob juramento, Fauci negou: "O Dr. Baric não faz pesquisas sobre funções. E se fez, está de acordo com as diretrizes e está sendo conduzido na Carolina do Norte. E se você olhar para o subsídio e olhar para os relatórios de progresso, não é função de ganho, apesar de as pessoas tuitarem isso".

Para Tucker, isso se parece muito com perjúrio em retrospecto. Sabemos que a partir do início do ano passado, muitas pessoas no NIH estavam preocupadas que COVID não tivesse ocorrido naturalmente - que, em vez disso, tinha sido manipulado em um laboratório na China - e ainda assim pareciam determinados a esconder esse fato do público. Por quê?

Eis a pergunta que fica no ar. Tudo nessa pandemia é muito estranho, e aquilo que jornalistas arrogantes chamam de "teoria da conspiração" começa a ganhar mais contornos de conspiração mesmo. Tem muito dinheiro envolvido, muito poder, disputas geopolíticas, fama, ego, e as paixões humanas também afetam cientistas e médicos. Manter o ceticismo, portanto, é fundamental.

"O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, e as pessoas idiotas estão cheias de certezas", disse Betrand Russell. Um recado que certos jornalistas e também pesquisadores poderiam absorver mais. São os que tentam interromper perguntas, interditar o debate, concluir com plena convicção coisas que são políticas, não científicas. Jornalistas e até cientistas que não se interessam pela verdade: eis o mais bizarro disso tudo!

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