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O resultado dos testes da vacina contra a aids é a maior notícia no combate à doença desde o seu surgimento. Mas o medicamento ainda levará anos para chegar ao mercado. Essa é a avaliação da chefe do Departamento Cien­­tífi­­co da Unaids – agência da Orga­­nização das Nações Unidas (ONU) que trabalhou no projeto por quase duas décadas –, Cate Hankins. Nesta entrevista, no entanto, a especialista não es­­condeu seu entusiasmo.

Qual a importância dessa descoberta?

Podemos dizer com toda confiança que se trata da melhor notícia desde o início da crise, há 25 anos. Estamos muito entusiasmados. É uma grande notícia. Curiosamente, a realidade é que o avanço em comparação a outras doenças é apenas modesto. Mas, no combate à aids, é um enorme passo.

De que forma a Unaids atuou no projeto?

Começamos a apoiar esse projeto em 1991, com uma cooperação com o governo da Tailândia. Vários testes foram realizados ao longo dos anos e estabelecemos os protocolos dos exames. Mas tivemos péssimos resultados em muitos deles. Agora, temos um resultado positivo.

Qual a garantia de que a vacina funcione no Brasil ou na Amé­­rica Latina?

Nenhum. A vacina foi produzida para a população tailandesa. É verdade que uma das vacinas é feita a partir do subtipo B do HIV, que também é o predominante na América Latina e no Brasil. Isso é um aspecto que pode dar alguma esperança. Mas isso não significa que a fórmula funcionará na região. Tudo isso teria de ser testado em outras regiões.

O que deve ocorrer a partir de agora?

Temos de trabalhar muito ainda para aumentar a capacidade de imunização dessa vacina. Esse será o grande desafio.

Quanto tempo levará?

Não temos qualquer ideia. Pode­­mos precisar de anos ainda para que uma vacina possa chegar ao mercado. Mas provamos finalmente que podemos seguir o caminho também da criação de proteção imunológica, que era algo de que pessoas ainda duvidavam.

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