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As pessoas dedicaram a maior parte do tempo para conversar e fazer novas amizades | Marcelo Andrade/Agência de Notícias Gazeta do Povo
As pessoas dedicaram a maior parte do tempo para conversar e fazer novas amizades| Foto: Marcelo Andrade/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Resultado da festa divide opinião de comerciantes

Após o fim do réveillon fora de época, o balanço dos comerciantes que atuam ao redor da Praça da Espanha está longe da unanimidade. Para uns, o evento deve ser mantido, pois ajuda a manter a praça habitada e a espantar os criminosos. Para outros, o perfil dos freqüentadores não condiz com o dos clientes, resultando em queda das vendas.

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Queima de fogos de artifício, brindes com espumante, pessoas vestidas de branco se abraçando e desejando feliz ano novo uns aos outros. Esse foi o clima do Réveillon Fora de Época que reuniu cerca de 25 mil pessoas entre a noite de sábado (3) e a madrugada de domingo na Praça da Espanha, no Bigorrilho. A maioria dos participantes recebeu convites (ou simplesmente ficou sabendo sobre o evento) via redes sociais. A proposta era celebrar à meia-noite – cada um à sua maneira – o "verdadeiro" início de ano, seguindo o ditado popular de que no Brasil ele só se inicia depois do Carnaval.

Confira imagens da Praça Espanha antes e depois do Réveillon Fora de Época.

Se em sua primeira edição, realizada em 2011, foram aproximadamente quatro mil pessoas que compareceram ao evento, neste ano o público foi seis vezes maior, segundo estimativa da Polícia Militar. E, diferentemente do ano passado, o local contou com uma estrutura mais apropriada. Policiais militares e guardas municipais fizeram a segurança de toda a praça, enquanto banheiros químicos foram instalados pela Prefeitura de Curitiba para atender os participantes.

Sem nenhuma programação cultural, o evento se resumia a grupos de pessoas bebendo, conversando e ouvindo música nos carros. À meia-noite, como no ano novo tradicional, houve queima de fogos e alguns participantes mais exaltados se banharam no chafariz da praça. Para a professora Danieli Fernandes, que acompanhou o evento pela primeira vez, a iniciativa foi válida. "É uma celebração da diversidade, com pessoas de classes sociais e tribos diferentes", avaliou. "A partir do momento que as pessoas se mobilizam para um evento como esse, também podem se unir para brigar por coisas melhores", acrescentou a gerente de vendas Bárbara Pilato.

Até a uma hora da manhã de domingo, a PM e a Guarda Municipal não haviam registrado nenhuma ocorrência no evento. Um dos problemas verificados no local, contudo, foi a não restrição a garrafas de vidro. Algumas pessoas procuravam atendimento após cortar o pé em cacos dessas garrafas. Também gerou reclamação o número pequeno de banheiros químicos, dez ao todo, disponibilizados em apenas um ponto da praça. "É muito pouco para todo esse pessoal que veio", afirmou o estudante Ricardo Alvarez enquanto aguardava numa longa fila.

Nas primeiras horas da festa, alguns comerciantes se mostravam mais tranquilos com o aparato de segurança e a organização do trânsito na região. Ruas do entorno foram interditadas para facilitar o deslocamento dos participantes e evitar transtornos aos motoristas.

Ocorrências

Segundo a Polícia Militar (PM) não houve registros de problemas durante a festa. Apenas duas ocorrências foram registradas, entre 2h30 e 3h30, nas ruas Ângelo Sampaio e Vicente Machado, nas imediações da praça. A reclamação era de perturbação do sossego e viaturas da corporação foram deslocadas para verificar os problemas. A Guarda Municipal também diz que só recebeu uma reclamação por perturbação do sossego.

Apesar dos registros oficiais apontarem tranquilidade, algumas pessoas que estiveram na festa relataram, nas redes sociais, que houve confusão. Segundo os relatos, houve arremesso de garrafas em meio a multidão e confronto de grupos com os agentes de segurança.

Polêmica

O evento deste fim de semana não teve uma organização formal e as pessoas foram convidadas a participar da festa por meio das redes sociais. A ideia desse réveillon, segundo um porta-voz que só deu entrevistas por e-mail, sem ser identificado, era mobilizar a população para um evento divertido e inusitado. Por isso mesmo, o grupo não se comprometeu a levar música, bebidas ou fogos de artifício, deixando a responsabilidade por conta dos participantes. Somente pelo Facebook, 56 mil pessoas foram convidadas a participar da festa. No fim da tarde de sábado (3), já passavam de 17 mil os que haviam confirmado presença.

Na versão de 2011, o réveillon fora de época deixou a Praça da Espanha com muito lixo no chão, carros com som alto e desrespeito ao meio ambiente. Os comerciantes sofreram também com a procura por banheiros nos seus estabelecimentos, sem que as pessoas consumissem algo no local.

A prefeitura não foi notificada oficialmente do evento, mas concordou em garantir a estrutura, apesar de afirmar que não apoia a festa. O órgão ainda ressaltou que a praça não comporta um evento desse porte.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) também participou da discussão. O órgão enviou ofício à Secretaria municipal de Meio Ambiente solicitando que o Executivo agisse para "impedir que este evento se realize sem o mínimo de condições e estrutura".

>>> Confira imagens da Praça Espanha antes e depois do Réveillon Fora de Época:

Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

Praça Espanha na manhã de sábado (3), antes do evento...

Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

... e depois da festa que reuniu 25 mil pessoas.

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