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Quatro pontes foram destruídas ou danificadas pelas chuvas na BR-277. Estruturas metálicas e de ferro serão instaladas, provisoriamente, nesses locais | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Quatro pontes foram destruídas ou danificadas pelas chuvas na BR-277. Estruturas metálicas e de ferro serão instaladas, provisoriamente, nesses locais| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Porto de Paranaguá

Escoamento não será afetado

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) afirma que não terá problemas para escoar a carga que está represada nos caminhões que ficaram presos na BR-277, depois da interdição da rodovia. A assessoria do órgão garante que não será necessário planejamento extra para manter as operações em dia e sem atraso.

De acordo com a Appa, o pátio ainda está com capacidade para abrigar 500 caminhões e fazer o escoamento de 100 mil toneladas por dia. O problema, segundo a administração, será os prejuízos gerados pela ociosidade do porto caso o bloqueio da estrada continue. Hoje, a expectativa é a de que carga dos 450 caminhões que estão no local devem ser embarcadas, mas depende da liberação da BR.

Existe ainda a esperança para liberação da ferrovia usada pela América Latina Logística (ALL). A empresa tem cerca de mil vagões prontos para descer pela serra na tarde de hoje, caso as condições cli­máticas melhorem. A ferrovia ficou fe­­chada por 24 horas devido ao mal tempo e as cargas prioritárias precisaram ser desviadas para o Porto de São Francisco (SC). (AA)

R$ 40 são cobrados por garrafa de água

Os desabrigados das comunidades de Floresta e Colônia Santa Cruz, pontos atingidos pelas chuvas em Paranaguá, estão no Cen­tro de Aprendizagem e Integração (Caic). São 150 pessoas, que estão sendo atendidas graças às doações da população e à ajuda de voluntários. O grande problema na cidade agora é a falta de água potável, já que o abastecimento foi interrompido devido aos danos nas estações de captação.

"Quem ainda tem água, está vendendo a R$ 40 a garrafa. As pessoas se aproveitam da situação", afirma o secretário de Assistência Social do município, Joaquim Guilherme da Silva Filho. Nos mercados não há mais água para comprar. Para amenizar o problema, a prefeitura colocou caixas d’água de cinco mil litros em cinco pontos da cidade para atender a população.

De acordo com o prefeito José Baka Filho, estava previsto ainda para ontem o restabelecimento de 25% do fornecimento de água na cidade. "A gente vai conseguir normalizar o funcionamento da estação do Rio Ribeirão. A estação do Morro Inglês desapareceu, foram perdidos 400 metros de rede e só sobrou a casa de máquinas."

Na tarde de ontem, Baka visitou as comunidades atingidas da cidade para começar a avaliar os danos que, segundo ele, serão relatados ao Ministério da Integração Nacional na tentativa de obter recursos. "Infelizmente, o município tem condições limitadas. Vamos pedir liberação do Aluguel Social, seguro para as lavouras e o FGTS dessas pessoas que tiveram prejuízos".

Na colônia Santa Cruz, onde a enxurrada destruiu cinco casas e deixou várias propriedades rurais cobertas de lama, Abenair Mirian Cachoeira perdeu a residência, dois carros e uma moto. "Um dos veículos a gente encontrou. Dos outros não temos nem sinal". O mais difícil para ela agora é superar a falta de documentos. "Não sei nem por onde recomeçar minha vida".

Juliana Gonçalves, especial para a Gazeta do Povo

  • Confira o que precisa ser refeito nas BRs-277 e 376

Passaram-se mais de 48 horas da primeira interdição que ocorreu nas BRs 376 (Curitiba-litoral de SC) e 277 (Curitiba-litoral do PR) e a situação das estradas ainda permanece bastante instável. Ontem durante todo o dia as rodovias foram ora liberadas e ora bloqueadas para o trânsito. O pior, pelo menos para a BR-277, é a previsão de que ela volte a funcionar normalmente, com a pista recuperada e as quatro pontes reconstruídas, somente daqui a seis meses. Este foi o tempo estimado passado pela concessionária Ecovia, que administra o trecho. Na última sexta-feira, no final do dia, deslizamentos e fortes chuvas começaram a causar os estragos.

Durante o período de obras, a BR-277 vai funcionar com quatro desvios com pista simples e mão dupla. Em 30 dias a concessionária espera que esteja funcionando com apenas dois desvios. A praça de pedágio, porém, foi fechada ontem e ainda não há previsão para ser reaberta, por isso não é possível descer ao litoral do Paraná.

Nos quilômetros 18 e 24 (onde caíram as pontes na pista sentido litoral paranaense), a intenção é deixar o trânsito fluindo em mão dupla na pista contrária: técnicos da concessionária fizeram a vistoria nas pontes não atingidas e concluíram que estão seguras para suportar o tráfego de veículos. Mas, como ontem à tarde a praça de pedágio da Ecovia não foi aberta, circularam pela rodovia apenas carros que estavam parados entre os quilômetros 32 e 10 sentido litoral e, principalmente, os veículos que sobem para Curitiba.

No quilômetro 26, as pontes das duas pistas (em ambos os sentidos) tiveram um rompimento na cabeceira, foi feito um aterro e o local foi liberado. Mas ontem, com o fluxo de veículos, a estrutura das duas pontes foi comprometida e o local teve de ser totalmente bloqueado. Depois foi novamente liberado, mas apenas para veículos leves e caminhões sem carga, o que descontentou os caminhoneiros que estão em fila no acostamento da rodovia, aguardando para escoar a carga de soja no porto.

Um breve protesto foi feito: os caminhoneiros impediram a passagem dos únicos veículos liberados para seguir pela BR no sentido litoral, que são os carros de socorro e com donativos. Segundo a Ecovia, eles queriam que a rodovia fosse liberada no sentido litoral. A concessionária avisou que seria impossível atender a essa reivindicação e mais tarde liberou o trânsito para caminhões carregados também, desde que passassem um por vez pelas pontes e apenas no sentido Curitiba.

Alternativa

Provisoriamente, estão sendo construídas estruturas de metal e ferro que serão instaladas no lugar das pontes que caíram nos km 18 e 24. O governo federal também liberou uma ponte metálica que pode ser usada temporariamente na BR-277.

Para prevenir possíveis problemas com o escoamento da safra agrícola, que acontece principalmente nesta rodovia, o Departamento de Estrada de Rodagem (DER) pretende trabalhar na recuperação de estradas rurais dessas regiões que servirão como alternativas provisórias até que o problema seja resolvido.

Na BR-376, ocorreu um afundamento do asfalto no km 672: nesse ponto o trânsito de veículos ocorre em meia pista. A rodovia chegou a ser liberada no sábado, mas voltou a ser interditada no sentido litoral catarinense no domingo após um acidente no local. A pista foi liberada parcialmente às 20 horas de ontem.

No sentido Santa Catarina-Curitiba o trânsito ontem chegou a formar um congestionamento de 40 quilômetros porque há restrição de tráfego, com algumas faixas interditadas nos quilômetros 659, 665, 667 e 672, devido aos deslizamentos. A recomendação continua sendo para que somente as pessoas que têm extrema necessidade peguem as BRs 277 e 376. A Estrada da Graciosa está liberada apenas para quem precisa sair de Morretes.

Serviço:

Confira no site www.gazetadopovo.com.br os caminhos alternativos para quem precisaria pegar as BRs 277 e 376.

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