"Temos muito mais em comum do que diferenças". A frase, do professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) João Arthur Grahl, resume bem o sentimento que levou 105 haitianos a aceitarem o convite para visitar o Museu Oscar Niemeyer (MON), na tarde deste sábado, em Curitiba. Grahl é um dos coordenadores do programa "Português brasileiro para migração humanitária", que oferece a 157 haitianos aulas gratuitas de língua portuguesa no Centro de Línguas da UFPR. O objetivo da visita foi inserir esses estudantes no cotidiano cultural da cidade.
Segundo estimativa da Assessoria de Direitos Humanos da prefeitura, 4 mil haitianos moram em Curitiba e região metropolitana. Para discutir formas de promover a integração desses imigrantes, o embaixador do Haiti no Brasil, Mádsen Chérubin, participará hoje, às 15 horas, de um encontro com o prefeito Gustavo Fruet.
Um dos haitianos que visitou o MON neste fim de semana, Junior Richemon, 29 anos, mora há oito meses em Curitiba cidade que, segundo ele, foi escolhida a dedo. "Passei quatro meses em São Paulo. Mas meu objetivo era vir para Curitiba. Aqui, temos mais organização e espaço para os estudos", disse Richemon, bacharel em Direito e funcionário de uma empresa que vende equipamentos de segurança na cidade. A lamentar, diz o haitiano, apenas a falta do registro em carteira. "Estou há quatro meses na empresa. Elogiam muito o meu trabalho, mas não me contratam formalmente", afirmou, sem saber ao certo o motivo da informalidade.
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