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Na primeira audiência do processo no qual é acusado de ferir, com um objeto cortante, três pessoas que participavam de uma festa em sua casa, na Gávea, no dia 6 de junho, o promotor de eventos José Phillippe Ribeiro de Castro, de 28 anos, preferiu permanecer em silêncio. No 4º Tribunal do Júri da capital, ele ficou frente a frente com Gabriel Silva, de 29 anos, que teve parte da orelha direita decepada, e sua noiva, Ana Carolina Romeiro, de 21, que sofreu perfurações no abdômen e no tórax e foi internada em estado grave na Clínica São Vicente.

A juíza Elizabeth Machado Louro também ouviu o irmão do acusado, João Gabriel Ribeiro de Castro, que organizou a festa, e Lourenço Brenha, que sofreu um corte numa mão ao tentar conter José Phillippe. O primeiro a depor foi Gabriel Silva. Ele reafirmou que não conhecia o promotor de eventos, e disse que foi convidado a ir até sua residência por um casal de amigos de Ana Carolina:

“Estávamos na piscina quando perguntei a João Gabriel onde poderia urinar. Como eu estava molhado, não queria entrar na casa. Ele me disse que eu poderia ir a qualquer lugar, então, fui até o jardim, atrás da piscina. Logo depois, ouvi gritos de minha noiva e, quando me virei, José Phillippe vinha em minha direção com algo na mão direita, que não consegui identificar. Eu me abaixei para me defender, mesmo assim, fui atingido”, contou Gabriel.

Nervosa diante do acusado, Ana Carolina, a segunda a prestar depoimento, pediu à juíza para José Phillippe ser retirado do tribunal. A magistrada concordou, e a vítima só começou seu relato depois de se acalmar.

“Ao ser agredida, caí no chão e não consegui mais me levantar. Fiquei anestesiada. Não sabia se tinha levado um soco ou outra coisa. Só percebi que sangrava muito. Não morri por questão de um milímetro, segundo o médico que me operou, pois o objeto cortante usado pelo agressor quase perfurou meu coração”, disse Ana Carolina.

Em seu depoimento, João Gabriel afirmou que seu irmão chegou em casa depois do início da festa e, sem se alterar, pediu a todos que fossem embora.

“Ele teve que falar um pouco mais alto com o pessoal por causa do volume do som. Eu sempre fiz festas em casa e isso nunca aconteceu. Meu irmão sempre participou. Foi Gabriel que o encarou e começou a briga. E foi meu irmão que me mandou levar Ana Carolina para o hospital. Se ele quisesse fazer algo contra ela, teria feito ali mesmo, não me pediria para socorrê-la - afirmou João Gabriel, acrescentando que seu irmão estava com um cortador de queijo nas mãos”.

A próxima audiência do caso está marcada para o dia 26 de outubro. A defesa apresentou um pedido de revogação da prisão preventiva de José Phillippe e a promotoria pediu tempo para avaliar a solicitação.

José Philippe vem cumprindo prisão preventiva no complexo penitenciário de Gericinó. Ele tem oito anotações criminais, sendo que metade é referente a supostos ataques a mulheres – em um dos casos, uma ex-namorada o acusou de agressão e violação de domicílio.

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